São Paulo, sexta-feira, 05 de maio de 2006

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OPINIÃO

Pacaembu virou estadiozinho de Quarto Mundo

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

Difícil dizer o que foi pior: se a ridícula atuação da frágil defesa corintiana ou a dos torcedores, que transformaram o Pacaembu num estadiozinho de Quarto Mundo. Diante de um River Plate de um jogador só, o maestro trintão e baixinho Gallardo, Coelho e Betão trataram de desfazer o que, a duríssimas penas, Nilmar tinha feito, ao abrir o marcador ainda no 1º tempo.
Já o segundo tempo nem acabou, porque depois de Coelho marcar contra, Betão colaborar para o gol da virada e a zaga falhar também no terceiro, os "fiéis" passaram de todos os limites e deram um exemplo de selvageria, típico de um país, e de um clube, sem comando, sem exemplos. Em duas palavras, mal-educado.
Então, o árbitro do civilizado Chile fez o que deveria fazer: encerrou o jogo por falta absoluta de segurança, por mais que, diga-se, a PM tenha sido exemplar. E, tomara -embora improvável, porque a Conmebol não é diferente da CBF- que o Corinthians seja suspenso de torneios internacionais por um bom tempo.
A verdade é que o Corinthians-MSI se preparou mal para a Libertadores, criou ilusões em sua torcida e o fim delas transformou-se numa frustração indefensável sob quaisquer pontos de vista. Talvez nada tenha sido mais simbólico, durante o jogo, que a batida da Polícia Federal na tribuna de honra do Pacaembu em busca do foragido Boris Berezovski, o chefão não declarado, por Kia Joorabchian, da MSI, mas a quem o presidente corintiano, Alberto Dualib, presta vassalagem.
Mais deprimente, impossível. Porque se perder faz parte do futebol, enlamear o clube é indesculpável.


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