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OPINIÃO
Pacaembu virou estadiozinho de Quarto Mundo
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
Difícil dizer o que foi
pior: se a ridícula atuação da frágil defesa corintiana ou a dos torcedores, que
transformaram o Pacaembu
num estadiozinho de Quarto Mundo. Diante de um River Plate de um jogador só, o
maestro trintão e baixinho
Gallardo, Coelho e Betão
trataram de desfazer o que,
a duríssimas penas, Nilmar
tinha feito, ao abrir o marcador ainda no 1º tempo.
Já o segundo tempo nem
acabou, porque depois de
Coelho marcar contra, Betão colaborar para o gol da
virada e a zaga falhar também no terceiro, os "fiéis"
passaram de todos os limites
e deram um exemplo de selvageria, típico de um país, e
de um clube, sem comando,
sem exemplos. Em duas palavras, mal-educado.
Então, o árbitro do civilizado Chile fez o que deveria
fazer: encerrou o jogo por
falta absoluta de segurança,
por mais que, diga-se, a PM
tenha sido exemplar. E, tomara -embora improvável, porque a Conmebol não
é diferente da CBF- que o
Corinthians seja suspenso de
torneios internacionais por
um bom tempo.
A verdade é que o Corinthians-MSI se preparou mal
para a Libertadores, criou
ilusões em sua torcida e o
fim delas transformou-se
numa frustração indefensável sob quaisquer pontos de
vista. Talvez nada tenha sido mais simbólico, durante
o jogo, que a batida da Polícia Federal na tribuna de
honra do Pacaembu em busca do foragido Boris Berezovski, o chefão não declarado, por Kia Joorabchian, da
MSI, mas a quem o presidente corintiano, Alberto
Dualib, presta vassalagem.
Mais deprimente, impossível. Porque se perder faz parte do futebol, enlamear o
clube é indesculpável.
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