São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2008

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JUCA KFOURI

Novo século verde?


Enfim, os palmeirenses voltam a ter motivo para comemorar e, quem sabe, recuperar a hegemonia

O DITO campeão do século 20 acaba de ganhar seu primeiro título no século 21, o 22º título estadual do Palmeiras.
E numa tarde digna de coroar um justo campeão.
A começar pela tarde em si, ensolarada, luminosa como sabem ser as tardes de maio.
E o Palestra Itália não ficou atrás, colorido, bonito, entusiasmado ao entoar o hino palmeirense a plenos pulmões ainda no começo da decisão, como se para provar que pode receber quaisquer jogos. Mas, pode?
Uma decisão que começou com a falsa impressão de superioridade da Ponte Preta, afinal o time que precisava vencer e que, por isso mesmo, foi todo em busca de um gol, até com as temerárias escalações de César e Elias, ambos longe de suas melhores condições físicas, algo visível a olho nu pelo menos em relação ao experiente zagueiro e capitão campineiro. É claro, decisão é tudo ou nada e às vezes vale arriscar embora em regra dê errado.
Já o Palmeiras fez tudo certo. Esperou a agressividade do visitante, chegou até a abusar do número de faltas que cometeu, mas manteve tudo sob controle.
Até que deu sorte, sorte de campeão, sem a qual não se chupa nem um picolé, já dizia Nelson Rodrigues, porque cai no pé: Leandro bateu falta pela esquerda, e Ricardo Conceição marcou contra.
O jogo não tinha chegado ainda aos 20min e a taça já tinha dono sem nenhum tipo de dúvida.
Para a festa ficar completa, nas poucas vezes em que foi chamado a intervir, o goleiro Marcos fez boas defesas, e Alex Mineiro, de peixinho, marcou 2 a 0, em cruzamento, agora pela direita, de Élder Granja.
Mais uma vez fica claro que com dinheiro e um olho tudo fica mais fácil em nosso futebol, algo que caberá ao Palmeiras demonstrar também no Brasileiro, na busca de ser o terceiro penta nacional, já que deixou escapar o bi da Copa do Brasil.
É verdade que a Ponte Preta predominou no segundo tempo, também porque naturalmente o Palmeiras tratou de fazer o tempo passar e se deu ao luxo de tomar alguns sustos, nada de muito dramático.
Ah, sim, faltava Valdivia brilhar. E ele não faltou, ao fazer um lindo terceiro gol, seguido logo depois por mais dois de Alex Mineiro, artilheiro do campeonato, 5 a 0 no placar, terceiro título estadual seguido de Vanderlei Luxemburgo, oitavo alternado, como Lula, que, mais que dinheiro ou um olho, tinha Pelé.
Mas, então, o Campeonato Paulista tinha outra importância.

Baixar a bola
Amanhã o Corinthians enfrenta o São Caetano pela Copa do Brasil.
E que se cuide. Não só pela desvantagem histórica que há nos confrontos entre ambos, 11 vitórias do Azulão, apenas cinco do Corinthians e três empates.
Mas, também, porque o Noroeste, que tirou o Corinthians do Campeonato Paulista, levou duas biabadas do Barueri, uma em Bauru outra em Barueri, por 4 a 0.
E o Goiás acaba de levar outra do Itumbiara, 3 a 0, com o que perdeu, em pleno Serra Dourada, o Campeonato Goiano.
Ou seja, o Corinthians foi eliminado por ninguém e eliminou outro ainda mais ninguém.

blogdojuca@uol.com.br


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