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Continuísmo vai acabar, diz novo cartola da CBB
Carlos Nunes, ex-aliado de Grego, promete uma reeleição apenas no basquete
Hortência, que apoiou
candidatura e foi convidada
para dirigir setor feminino,
deve ser 1º nome anunciado
por nova administração
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O oposicionista Carlos Nunes foi eleito ontem o novo presidente da Confederação Brasileira de Basquete. Mandatário
da federação gaúcha, Nunes teve o apoio de 16 das 27 federações habilitadas a votar. A eleição foi no auditório do Jóquei
Clube, no centro do Rio.
Diante da derrota iminente,
momentos antes do pleito, Gerasime Bozikis, o Grego, que
comandava a CBB havia 12
anos, retirou candidatura.
"Foi um gesto de grandeza",
relatou Nunes, que ocupava
cargo de assessor especial da
presidência antes de romper
com Grego, no começo do ano.
Como o antigo presidente dizia, há 12 anos, Nunes discursa
pela profissionalização. Para isso, quer mudar o estatuto para
acabar com o continuísmo.
"Minha primeira providência será convocar a Assembleia
Geral da confederação para que
haja só uma reeleição", afirma o
dirigente, que comandou a federação gaúcha por 15 anos.
Nunes também quer estabelecer que os vice-presidentes
sejam eleitos. "O número será
decidido pelas federações."
Hoje, Nunes deve anunciar
Hortência como o primeiro nome de sua diretoria. A ex-cestinha, que apoiou sua campanha,
foi convidada para dirigir o departamento feminino da CBB.
"Vou conversar amanhã [hoje] com ele. Estou animada. A
gente não pode só criticar. Tem
que participar", afirma ela.
Grego, que tentava o quarto
mandato, teve gestão turbulenta. Empossado em 1997, teve
como melhor momento o bronze obtido pela seleção feminina
nos Jogos de Sydney-2000.
Desde então, viu o time perder o rumo, com a aposentadoria de estrelas como Janeth.
Sem reposição à altura, o Brasil
penou para obter a última vaga
para os Jogos de Pequim-08.
Na China, não passou do penúltimo lugar, à frente só do Mali.
No masculino, nomeou sucessivamente três técnicos para conduzir o Brasil à vaga
olímpica. Todos fracassaram.
Hélio Rubens não passou do
sexto lugar no Pré-Olímpico-99. Lula Ferreira não levou o time a Atenas-04 e Pequim-08.
Sua última aposta foi no espanhol Moncho Monsalve, que
não obteve a classificação no
Pré-Olímpico Mundial-08, espécie de repescagem, disputado às vésperas da Olimpíada.
Sem bons resultados, a CBB
perdeu patrocínio da Caixa Federal em 2001, após oito anos
investindo no basquete. Sem a
CEF, a seleção só voltou a ter financiador forte, para masculino e feminino, com a entrada
da Eletrobrás, em 2003.
A má campanha de suas seleções fez a CBB perder, em
2009, fatia na Lei Piva, que destina parte da arrecadação das
loterias da Caixa ao esporte.
O COB (Comitê Olímpico
Brasileiro), que gerencia essa
verba, diminuiu a porção destinada ao basquete de R$ 2,3 milhões para R$ 1,7 milhão.
Ontem, Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, em
iniciativa pouco usual, lançou
nota à imprensa parabenizando Nunes. "Desejamos sucesso
na administração do basquete
nacional e desde já o COB se coloca à disposição da CBB para
reerguer o basquete brasileiro."
Procurado ontem, depois da
eleição, Grego disse, por meio
de sua assessoria de imprensa,
que não daria entrevista.
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