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Até bilheteria clandestina vende bilhetes
DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL
A grande quantidade de ingressos falsos flagrada na decisão do Paulista é fruto de
uma série de esquemas paralelos de venda de ingressos.
Tanto o clube como a BWA
apontam formas de comercialização ilegal de entradas
falsas utilizadas na final.
Segundo Lúcio Blanco, supervisor de arrecadação do
Corinthians, parte das entradas falsas chegaram às mãos
de torcedores através de uma
bilheteria no Pacaembu usada clandestinamente.
"Muitos ingressos falsos
foram comprados numa bilheteria próxima do tobogã.
E lá não era posto oficial de
venda", diz Blanco. "Muitos
ingressos tinham a tarja
substituída por um pedaço
de fita isolante", descreve.
Segundo o dirigente corintiano, o esquema teria sido
montado pelos dois funcionários exonerados pela administração do estádio que
faziam a segurança e eram
contratados por uma empresa terceirizada.
Walter Feldman, secretário municipal de esportes,
disse que haverá uma investigação do caso para apurar
se há mais envolvidos. "Vou
solicitar esclarecimentos da
empresa terceirizada."
Bruno Balsimelli também
diz ter conhecimento de outra forma de venda ilegal de
bilhetes. O executivo da
BWA conta que entradas
verdadeiras foram adulteradas. Eram cartões feitos para
jogos anteriores, veiculados
em uma promoção de uma
empresa parceira da Federação Paulista de Futebol.
A Folha recebeu também
relatos de um torcedor que
foi ao jogo sobre um terceiro
esquema para burlar a venda
oficial e evadir renda.
Segundo o comerciante
Sérgio Moradei, 50, ele e seu
filho entraram no tobogã do
Pacaembu sem terem comprado entradas para o setor.
"Um homem encostou em
mim e perguntou se eu tinha
ingresso. Quando eu disse
que não, ele falou que me colocaria para dentro com o
meu filho por R$ 300,00."
Moradei diz ter aceito o
acordo. Recebeu a orientação de que deveria procurar
um "alemãozinho" que estava trabalhando nas catracas.
O suposto funcionário, então, o colocou para dentro,
passando pela mesma catraca que outros torcedores
com ingresso usavam.
"Vamos averiguar o que
aconteceu. Vou solicitar as
fotos dos funcionários que
trabalharam nesse setor e
quero entregá-las a este torcedor", disse Bruno Balsimelli sobre o caso.0
(EA E PGA)
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