São Paulo, terça-feira, 05 de maio de 2009

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Até bilheteria clandestina vende bilhetes

DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL

A grande quantidade de ingressos falsos flagrada na decisão do Paulista é fruto de uma série de esquemas paralelos de venda de ingressos.
Tanto o clube como a BWA apontam formas de comercialização ilegal de entradas falsas utilizadas na final.
Segundo Lúcio Blanco, supervisor de arrecadação do Corinthians, parte das entradas falsas chegaram às mãos de torcedores através de uma bilheteria no Pacaembu usada clandestinamente.
"Muitos ingressos falsos foram comprados numa bilheteria próxima do tobogã. E lá não era posto oficial de venda", diz Blanco. "Muitos ingressos tinham a tarja substituída por um pedaço de fita isolante", descreve.
Segundo o dirigente corintiano, o esquema teria sido montado pelos dois funcionários exonerados pela administração do estádio que faziam a segurança e eram contratados por uma empresa terceirizada.
Walter Feldman, secretário municipal de esportes, disse que haverá uma investigação do caso para apurar se há mais envolvidos. "Vou solicitar esclarecimentos da empresa terceirizada."
Bruno Balsimelli também diz ter conhecimento de outra forma de venda ilegal de bilhetes. O executivo da BWA conta que entradas verdadeiras foram adulteradas. Eram cartões feitos para jogos anteriores, veiculados em uma promoção de uma empresa parceira da Federação Paulista de Futebol.
A Folha recebeu também relatos de um torcedor que foi ao jogo sobre um terceiro esquema para burlar a venda oficial e evadir renda.
Segundo o comerciante Sérgio Moradei, 50, ele e seu filho entraram no tobogã do Pacaembu sem terem comprado entradas para o setor.
"Um homem encostou em mim e perguntou se eu tinha ingresso. Quando eu disse que não, ele falou que me colocaria para dentro com o meu filho por R$ 300,00."
Moradei diz ter aceito o acordo. Recebeu a orientação de que deveria procurar um "alemãozinho" que estava trabalhando nas catracas.
O suposto funcionário, então, o colocou para dentro, passando pela mesma catraca que outros torcedores com ingresso usavam.
"Vamos averiguar o que aconteceu. Vou solicitar as fotos dos funcionários que trabalharam nesse setor e quero entregá-las a este torcedor", disse Bruno Balsimelli sobre o caso.0 (EA E PGA)


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