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SONINHA
O objetivo é...
Festa, teste, treino, desafio. Para que o Brasil entra em campo em amistoso? Para treinar ou fazer boa figura?
D
E VOLTA à velha pergunta: para que serve um amistoso da
seleção?
Para entrosar e consolidar uma
base definida ou para testar alternativas de jogadores e esquemas? Para
preparar o time para os próximos
desafios ou pavimentar o caminho
para 2010? Para fazer boa figura e
reafirmar a supremacia do futebol
brasileiro, leve e agradável de se ver,
ou para ganhar a partida?
Seria ótimo saber disso antes de
cada convocação -ou ao menos depois do jogo. Tomara que a CBF e o
técnico saibam...
Se a idéia for ganhar a partida, a
idéia de fazer testes será prejudicada. Parece estúpido dar mais importância à vitória em jogo não-competitivo do que ao planejamento de
médio prazo, mas às vezes o Brasil
enfrenta um rival fraquíssimo, como se a preocupação número um
fosse não perder. Joga feio, com cautela demais, sem tomar a iniciativa.
É compreensível -pode o Brasil
ser derrotado por alguma equipe dezenas de posições abaixo dele no
ranking da Fifa? Claro que não, é
desmoralizador. Nós (mídia, torcida) cairíamos matando... O certo,
portanto, é não correr o risco e não
pegar alguém tão ruim (e tão especialmente motivado). O técnico não
deve ser tolhido em seus objetivos
por receio de um placar desfavorável. E de perder o emprego.
Nesse ponto, não há o que reclamar destes dois compromissos recentes: Inglaterra e Turquia.
Mas outras questões continuam
em aberto -Dunga monta o time
para a Copa América, faz observações para a Olimpíada ou quer fechar o grupo para as eliminatórias?
Difícil saber. Quando Ronaldinho e
Kaká são escalados, sabemos que é o
Brasil A que está em campo. Quando
eles saem, é o time que vai para a Venezuela que está sendo construído.
Mas se é assim, como observou Zé
Geraldo Couto, por que Diego e Robinho não jogaram juntos?
Fosse qual fosse o objetivo, eu tinha a expectativa de um jogo muito
legal em Wembley, mas acabei
achando muito sem graça. Talvez tenha esperado demais... Reconheço
que quero muito: uma equipe que
jogue bonito, consolide uma escalação que saibamos de cor, permita
experiências no segundo tempo e
vença a partida. Com jogadores cansados e um time que nunca tem
tempo para treinar (mesmo com as
partidas acontecendo mais perto de
onde a maioria deles mora), se a seleção jogar superbem, esse será um
exemplo de que no futebol qualquer
coisa pode acontecer.
Pesos e medidas
Agora foi "o Gaciba" quem anulou
mal o gol do Paraná. Ninguém fala
do bandeira que marcou o impedimento. O auxiliar errou em lance
quase sempre difícil de acertar, em
que tem uma fração de segundo para enxergar com precisão várias
coisas ao mesmo tempo.
Deve ser condenado por isso?
Não. Mas o erro foi decisivo. Ah, se
ele se chamasse Ana Paula. (Afastada da Série A, ela apitou no fim de
semana Brejeiro x Cleto Automóveis, final do Campeonato Varzeano de Orlândia, como contou o "Estado"). Ela não deve ser tratada
com condescendência. Não é "café-com-leite" e tem de ser julgada com
o mesmo rigor dos colegas. Mas
não com mais rigor do que eles...
soninha.folha@uol.com.br
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