São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2007

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SONINHA

O objetivo é...

Festa, teste, treino, desafio. Para que o Brasil entra em campo em amistoso? Para treinar ou fazer boa figura?

D E VOLTA à velha pergunta: para que serve um amistoso da seleção?
Para entrosar e consolidar uma base definida ou para testar alternativas de jogadores e esquemas? Para preparar o time para os próximos desafios ou pavimentar o caminho para 2010? Para fazer boa figura e reafirmar a supremacia do futebol brasileiro, leve e agradável de se ver, ou para ganhar a partida?
Seria ótimo saber disso antes de cada convocação -ou ao menos depois do jogo. Tomara que a CBF e o técnico saibam... Se a idéia for ganhar a partida, a idéia de fazer testes será prejudicada. Parece estúpido dar mais importância à vitória em jogo não-competitivo do que ao planejamento de médio prazo, mas às vezes o Brasil enfrenta um rival fraquíssimo, como se a preocupação número um fosse não perder. Joga feio, com cautela demais, sem tomar a iniciativa.
É compreensível -pode o Brasil ser derrotado por alguma equipe dezenas de posições abaixo dele no ranking da Fifa? Claro que não, é desmoralizador. Nós (mídia, torcida) cairíamos matando... O certo, portanto, é não correr o risco e não pegar alguém tão ruim (e tão especialmente motivado). O técnico não deve ser tolhido em seus objetivos por receio de um placar desfavorável. E de perder o emprego.
Nesse ponto, não há o que reclamar destes dois compromissos recentes: Inglaterra e Turquia. Mas outras questões continuam em aberto -Dunga monta o time para a Copa América, faz observações para a Olimpíada ou quer fechar o grupo para as eliminatórias? Difícil saber. Quando Ronaldinho e Kaká são escalados, sabemos que é o Brasil A que está em campo. Quando eles saem, é o time que vai para a Venezuela que está sendo construído.
Mas se é assim, como observou Zé Geraldo Couto, por que Diego e Robinho não jogaram juntos? Fosse qual fosse o objetivo, eu tinha a expectativa de um jogo muito legal em Wembley, mas acabei achando muito sem graça. Talvez tenha esperado demais... Reconheço que quero muito: uma equipe que jogue bonito, consolide uma escalação que saibamos de cor, permita experiências no segundo tempo e vença a partida. Com jogadores cansados e um time que nunca tem tempo para treinar (mesmo com as partidas acontecendo mais perto de onde a maioria deles mora), se a seleção jogar superbem, esse será um exemplo de que no futebol qualquer coisa pode acontecer.

Pesos e medidas
Agora foi "o Gaciba" quem anulou mal o gol do Paraná. Ninguém fala do bandeira que marcou o impedimento. O auxiliar errou em lance quase sempre difícil de acertar, em que tem uma fração de segundo para enxergar com precisão várias coisas ao mesmo tempo.
Deve ser condenado por isso?
Não. Mas o erro foi decisivo. Ah, se ele se chamasse Ana Paula. (Afastada da Série A, ela apitou no fim de semana Brejeiro x Cleto Automóveis, final do Campeonato Varzeano de Orlândia, como contou o "Estado"). Ela não deve ser tratada com condescendência. Não é "café-com-leite" e tem de ser julgada com o mesmo rigor dos colegas. Mas não com mais rigor do que eles...

soninha.folha@uol.com.br


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