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Corinthians fica a 90 minutos de sua redenção em 2008
Triunfo deixa equipe próxima de torneio continental antes mesmo de conquistar o esperado retorno à Série A nacional
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Dentinho comemora o gol que dedicou a Lula e Zagallo
Corinthians 3
Sport 1
LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians está a apenas
90 minutos de transformar
2008 de uma temporada de
agruras e sofrimento em ano de
renascimento e felicidade.
Depois de sofrer com os reflexos de disputa interna de poder, denúncias de corrupção e,
o mais doído de tudo para o torcedor, o rebaixamento, o Corinthians, que tinha como
maior pretensão nesta temporada o retorno à Série A do Brasileiro, está perto de conquistar
sua terceira Copa do Brasil.
Ironicamente, o clube paulista que mais vexames deu no
ano passado pode ser o responsável por salvar o Estado de um
semestre de fracassos.
Os 3 a 1 no Morumbi, ontem,
dão ao clube do Parque São Jorge a vantagem de se sagrar campeão do torneio nacional -e,
conseqüentemente, ganhar a
vaga na Taça Libertadores de
2009- até com uma derrota
por um gol de diferença.
E, à torcida corintiana, a esperança de ver seu time levantar um título de expressão muito antes do planejado.
No primeiro jogo da final, o
Corinthians foi contagiado pela
presença recorde de público no
Morumbi. Em contrapartida,
levou ao êxtase os 63 mil torcedores, que agora esperam, mesmo à distância, comemorar a
conquista na quarta-feira, após
o duelo na Ilha do Retiro.
Mano Menezes escalou Alessandro, mas não colocou o volante só para defender. O camisa 5, além de marcar pela direita, subia pela ala para apoiar o
ataque e também para pressionar a saída de bola do Sport por
aquele setor. A mesma pressão
faziam os atacantes nos rivais.
A equipe visitante, que entrou com uma proposta defensiva -Carlinhos Bala, um dos
atacantes, jogava mais como
marcador de André Santos do
que como criador de jogadas-,
parecia atordoada com a falta
de espaço para jogar.
A força da pressão corintiana
deu resultado aos 19min, quando Dentinho, depois de perder
duas chances, aproveitou um
rebote no meio da área para
quebrar uma seqüência de 13
jogos sem balançar as redes.
O 1 a 0 no placar inflamou a
torcida. Tirando vantagem do
atordoamento do Sport, que esboçava sair para o jogo, o Corinthians encaixou contragolpe fatal finalizado com sucesso pelo
argentino Herrera, aos 23min.
A jogada dos 2 a 0, porém,
nascera a partir de uma roubada de bola que causou protestos
dos pernambucanos, que pediram falta de Carlos Alberto em
Luciano Henrique.
Depois do segundo gol, no
entanto, o Corinthians deu espaço para o Sport tocar a bola e
dominar a partida.
"Não dá para ficar em cima
do adversário por 90 minutos.
É um ritmo muito forte", justificava André Santos, ao deixar o
gramado para o intervalo.
Mas o que no fim do primeiro
tempo era esboço, na segunda
etapa virou sufoco.
Em busca do tão valioso gol
fora de casa, o Sport mudou o
jeito de jogar. A presença de
Roger, um terceiro atacante,
ajudou o time visitante manter
a bola mais no ataque e a criar
chances para diminuir o prejuízo e voltar para a Ilha do Retiro
com tarefa menos espinhosa.
Mas quem ficou mais perto
do tri foi o Corinthians. Num
raro contra-ataque do segundo
tempo, Herrera lutou pela bola
na intermediária, atraiu a marcação e tocou para Acosta, sozinho, decretar o 3 a 0.
Quando os corintianos já celebravam a enorme vantagem
obtida para jogar a volta, Enilton fez o gol que dá ao Sport a
esperança de confiar na mística
de seu estádio e sua torcida.
O gol no fim diminuiu a comemoração corintiana e adiou
a quase certeza de uma conquista. Pelo menos por mais
uma semana.
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