São Paulo, sexta, 5 de junho de 1998

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MATINAS SUZUKI JR.

Tendências

Têm razão aqueles que afirmam que, na hora em que a bola começar a rolar oficialmente nesta Copa do Mundo, tudo mudará de figura.
Esqueça os resultados previsíveis -e sobretudo os imprevisíveis- dessa pré-temporada de amistosos preparatórios para o Mundial. Seria conveniente esquecer os maus resultados obtidos pela Alemanha, pela Itália, pela Inglaterra e até pela seleção da Nike, digo, do Brasil.
Agora é a hora em que os fatores inerciais começam a favorecer a tradição. A tendência é de os times que já foram campeões irem crescendo a cada jogo oficial que realizam em uma Copa.
Na largada, uma seleção como a da Noruega, que não tem tradição, aparenta estar melhor do que todas as outras. Se o Mundial tivesse só os três jogos da primeira fase, estaria entre as favoritas.
Mas a tendência (apenas a tendência, tendência essa que se altera por qualquer bobagem) é a de a Noruega ficar estacionada nesse ponto -que poderá ser suficiente para levá-la até as quartas, pelo menos- e os times mais tradicionais, que não estão no ponto ótimo como os noruegueses, irem crescendo e, no limite, chegando mesmo a ultrapassá-la.
Um degrau abaixo da Noruega, mas acima das demais favoritas, encontra-se a Argentina que, salvo algum desastre, vai crescer mais um pouco (Passarella está fazendo tudo direitinho; foi ver o jogo do Japão, talvez a seleção mais fraca do seu grupo. Enquanto isso, o velho Lobo Zagallo diz que só irá estudar a Escócia três dias antes do jogo contra eles...).
Mesmo atrás de Noruega e Argentina em termos de ponto ideal de jogo, seleção brasileira, Itália e Alemanha entrarão em campo com times, na média, superiores aos outros e com aquele velho carisma que pesa em Copa. Aliás, elas contam com a qualidade dos jogadores e com o carisma para, aos trancos e barrancos, irem se acertando na competição.
Para a seleção brasileira, no entanto, há vários complicadores para esse acerto: desunião, falta de comando, desorganização, falta de conceito de jogo. Ela também não contará com dois fatores que ajudaram muito em 94: o calorão dos jogos ao meio-dia, o qual aniquilou os europeus; dos que o time de Parreira enfrentou, esses rivais são bem mais fortes.



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