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MATINAS SUZUKI JR.
Tendências
Têm razão aqueles que afirmam que, na hora em que a
bola começar a rolar oficialmente
nesta Copa do Mundo, tudo mudará de figura.
Esqueça os resultados previsíveis -e sobretudo os imprevisíveis- dessa pré-temporada de
amistosos preparatórios para o
Mundial. Seria conveniente esquecer os maus resultados obtidos pela Alemanha, pela Itália,
pela Inglaterra e até pela seleção
da Nike, digo, do Brasil.
Agora é a hora em que os fatores inerciais começam a favorecer
a tradição. A tendência é de os
times que já foram campeões
irem crescendo a cada jogo oficial
que realizam em uma Copa.
Na largada, uma seleção como
a da Noruega, que não tem tradição, aparenta estar melhor do
que todas as outras. Se o Mundial
tivesse só os três jogos da primeira fase, estaria entre as favoritas.
Mas a tendência (apenas a tendência, tendência essa que se altera por qualquer bobagem) é a
de a Noruega ficar estacionada
nesse ponto -que poderá ser suficiente para levá-la até as quartas, pelo menos- e os times mais
tradicionais, que não estão no
ponto ótimo como os noruegueses, irem crescendo e, no limite,
chegando mesmo a ultrapassá-la.
Um degrau abaixo da Noruega,
mas acima das demais favoritas,
encontra-se a Argentina que, salvo algum desastre, vai crescer
mais um pouco (Passarella está
fazendo tudo direitinho; foi ver o
jogo do Japão, talvez a seleção
mais fraca do seu grupo. Enquanto isso, o velho Lobo Zagallo diz
que só irá estudar a Escócia três
dias antes do jogo contra eles...).
Mesmo atrás de Noruega e Argentina em termos de ponto ideal
de jogo, seleção brasileira, Itália e
Alemanha entrarão em campo
com times, na média, superiores
aos outros e com aquele velho
carisma que pesa em Copa. Aliás,
elas contam com a qualidade dos
jogadores e com o carisma para,
aos trancos e barrancos, irem se
acertando na competição.
Para a seleção brasileira, no entanto, há vários complicadores
para esse acerto: desunião, falta
de comando, desorganização, falta de conceito de jogo. Ela também não contará com dois fatores
que ajudaram muito em 94: o calorão dos jogos ao meio-dia, o
qual aniquilou os europeus; dos
que o time de Parreira enfrentou,
esses rivais são bem mais fortes.
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