São Paulo, sábado, 5 de junho de 1999

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FUTEBOL
Palmeiras poupa 7 titulares, e Santos decide adotar a principal "arma' rival no clássico de hoje, no Morumbi
Jogo aéreo abre semifinais do Paulista

MARCELO DAMATO
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local

Palmeiras e Santos devem fazer uma "batalha aérea" na abertura da fase semifinal do Paulista-99, hoje, às 18h30, no Morumbi.
A jogada aérea tem sido a "arma mortal" do Palmeiras nas três competições que disputa. Foram 30 gols de cabeça, sendo 8 no Paulista, 12 na Copa do Brasil e 10 na Taça Libertadores -quase 39,5% dessa forma. No total, o time marcou 76 vezes nessas competições.
Já o Santos marcou 8 de seus 32 gols (25%) no Estadual de cabeça.
O jogo, que só terá transmissão pelo sistema pay-per-view, está recebendo muito mais atenção dos santistas do que dos palmeirenses, que disputam também os títulos sul-americano e nacional.
Por causa desses jogos, o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari afirmou que vai poupar sete titulares, entre eles o atacante Paulo Nunes, os meias Alex e Zinho, o lateral Arce e o volante César Sampaio.
Sabendo que o ponto forte rival são os ataques pelo alto, o técnico do Santos, Emerson Leão, insistiu nos treinos de cruzamento durante toda a semana.
E, como também tem vários bons cabeceadores, como os atacantes Paulo Rink e Viola, os zagueiros Jean (substituto de Andrei, que está suspenso) e Argel e até o volante Narciso, Leão decidiu que irá atacar da mesma forma.
"Nós estamos bem afiados", afirmou o goleiro Zetti, após o treino de ontem de manhã, que encerrou a preparação do time num hotel-fazenda em Jarinu (70 km ao norte de São Paulo). "Espero que no jogo as coisas aconteçam da maneira que ensaiamos."
Se por um lado o Palmeiras aproveita bem as chances de ataque pelo alto, o Santos tem na sua defesa dois dos principais "desarmadores" de cabeça do torneio.
Argel desvia, em média, 8,8 bolas de cabeça por partida, enquanto o volante Claudiomiro tira 7,2. Em todo o campeonato, o Santos tomou apenas três gols dessa forma. No total, o time dirigido por Emerson Leão sofreu 22 gols.
Os três melhores defensores do Palmeiras no desvio de bolas aéreas, César Sampaio, Cléber e Júnior Baiano, não jogam o clássico de hoje. O melhor deles, o volante César Sampaio, tira em média cinco bolas aéreas por jogo.
O Santos também leva vantagem porque os principais articuladores das jogadas pelo alto, Arce e Júnior, não desempenharão essa função. O lateral paraguaio será poupado, e Júnior deve ser deslocado para o meio-de-campo. Rubens Júnior será o apoiador pelo lado esquerdo do Palmeiras.
A "muralha" palmeirense, que foi quebrada na primeira final da Libertadores, diante do Deportivo Cali, tomou também apenas três gols de cabeça no Estadual.
No jogo de quarta-feira, pelo torneio continental, o atacante colombiano Bonilla garantiu a vitória com um gol dessa maneira.
A "arma mortal" também pouco funcionou naquela partida. O time alçou apenas 22 bolas na área do Deportivo. A média no Campeonato Paulista é de 42,25 por jogo.
˛ Fila
Os dois times atravessam situações opostas em suas existências. O Palmeiras, desde que se associou à Parmalat, em 1992, vive seu período mais vitorioso. Conquistou o Brasileiro duas vezes, a Copa do Brasil, a Copa Mercosul. Neste ano, chegou à final da Libertadores e à semifinal da Copa do Brasil e do Paulista, com chances de conquistar a primeira "tríplice coroa".
O Santos, em contrapartida, não vence um título paulista -ou brasileiro- há 14 anos. Nesse período, suas únicas conquistas foram o Rio-São Paulo de 1997 e a Conmebol do ano passado.
"O que faz um time grande são os títulos. Se uma equipe grande fica tanto tempo sem um título, é porque algo está muito errado. Se um time grande fica muito tempo sem título, deixa de ser grande", disse o técnico santista.



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