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FUTEBOL
Palmeiras poupa 7 titulares, e Santos decide adotar a principal "arma' rival no clássico de hoje, no Morumbi
Jogo aéreo abre semifinais do Paulista
MARCELO DAMATO
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local
Palmeiras e Santos devem fazer
uma "batalha aérea" na abertura
da fase semifinal do Paulista-99,
hoje, às 18h30, no Morumbi.
A jogada aérea tem sido a "arma
mortal" do Palmeiras nas três
competições que disputa. Foram
30 gols de cabeça, sendo 8 no Paulista, 12 na Copa do Brasil e 10 na
Taça Libertadores -quase 39,5%
dessa forma. No total, o time marcou 76 vezes nessas competições.
Já o Santos marcou 8 de seus 32
gols (25%) no Estadual de cabeça.
O jogo, que só terá transmissão
pelo sistema pay-per-view, está recebendo muito mais atenção dos
santistas do que dos palmeirenses,
que disputam também os títulos
sul-americano e nacional.
Por causa desses jogos, o técnico
do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari
afirmou que vai poupar sete titulares, entre eles o atacante Paulo Nunes, os meias Alex e Zinho, o lateral Arce e o volante César Sampaio.
Sabendo que o ponto forte rival
são os ataques pelo alto, o técnico
do Santos, Emerson Leão, insistiu
nos treinos de cruzamento durante toda a semana.
E, como também tem vários bons
cabeceadores, como os atacantes
Paulo Rink e Viola, os zagueiros
Jean (substituto de Andrei, que está suspenso) e Argel e até o volante
Narciso, Leão decidiu que irá atacar da mesma forma.
"Nós estamos bem afiados", afirmou o goleiro Zetti, após o treino
de ontem de manhã, que encerrou
a preparação do time num hotel-fazenda em Jarinu (70 km ao norte
de São Paulo). "Espero que no jogo
as coisas aconteçam da maneira
que ensaiamos."
Se por um lado o Palmeiras aproveita bem as chances de ataque pelo alto, o Santos tem na sua defesa
dois dos principais "desarmadores" de cabeça do torneio.
Argel desvia, em média, 8,8 bolas
de cabeça por partida, enquanto o
volante Claudiomiro tira 7,2. Em
todo o campeonato, o Santos tomou apenas três gols dessa forma.
No total, o time dirigido por Emerson Leão sofreu 22 gols.
Os três melhores defensores do
Palmeiras no desvio de bolas aéreas, César Sampaio, Cléber e Júnior Baiano, não jogam o clássico
de hoje. O melhor deles, o volante
César Sampaio, tira em média cinco bolas aéreas por jogo.
O Santos também leva vantagem
porque os principais articuladores
das jogadas pelo alto, Arce e Júnior, não desempenharão essa
função. O lateral paraguaio será
poupado, e Júnior deve ser deslocado para o meio-de-campo. Rubens Júnior será o apoiador pelo
lado esquerdo do Palmeiras.
A "muralha" palmeirense, que
foi quebrada na primeira final da
Libertadores, diante do Deportivo
Cali, tomou também apenas três
gols de cabeça no Estadual.
No jogo de quarta-feira, pelo torneio continental, o atacante colombiano Bonilla garantiu a vitória com um gol dessa maneira.
A "arma mortal" também pouco
funcionou naquela partida. O time
alçou apenas 22 bolas na área do
Deportivo. A média no Campeonato Paulista é de 42,25 por jogo.
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Fila
Os dois times atravessam situações opostas em suas existências.
O Palmeiras, desde que se associou
à Parmalat, em 1992, vive seu período mais vitorioso. Conquistou
o Brasileiro duas vezes, a Copa do
Brasil, a Copa Mercosul. Neste
ano, chegou à final da Libertadores
e à semifinal da Copa do Brasil e do
Paulista, com chances de conquistar a primeira "tríplice coroa".
O Santos, em contrapartida, não
vence um título paulista -ou brasileiro- há 14 anos. Nesse período, suas únicas conquistas foram o
Rio-São Paulo de 1997 e a Conmebol do ano passado.
"O que faz um time grande são os
títulos. Se uma equipe grande fica
tanto tempo sem um título, é porque algo está muito errado. Se um
time grande fica muito tempo sem
título, deixa de ser grande", disse o
técnico santista.
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