|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Ronaldo, Roberto Carlos e Rivaldo precisaram de injeções nos intervalos
Analgésico durante jogos ajudou "erres" no Mundial
JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha que levou a seleção
ao quinto título mundial de sua
história teve, pelo menos, três doses a mais de sacrifício de três de
seus quatro principais jogadores.
Ronaldo, Roberto Carlos e Rivaldo, que formaram junto com
Ronaldinho o quarteto de ""erres"
da equipe, precisaram tomar ao
menos uma injeção do analgésico
e antiinflamatório Voltaren para
aguentarem retornar ao campo.
No caso de Ronaldo, artilheiro
da Copa e autor dos dois gols da
decisão, a aplicação foi no intervalo da partida contra a Inglaterra, pelas quartas-de-final, por
causa de dores na coxa esquerda.
Nesse jogo, o Brasil estava em
desvantagem no placar até o final
do primeiro tempo, quando Rivaldo empatou. O gol da virada
para 2 a 1, de Ronaldinho, aconteceu só no início da segunda etapa.
Com as dores na coxa, Ronaldo
teve nesse confronto uma atuação
menos destacada e, mesmo com a
injeção, acabou substituído por
Edílson antes do final da partida.
O problema deixou incerta a escalação dele para o jogo seguinte,
contra a Turquia nas semifinais.
Logo ao deixar o campo, o atacante já começou um tratamento
e conseguiu se recuperar a tempo
de disputar a semifinal, em que
fez o gol que classificou o Brasil
para a final contra a Alemanha.
""Acho que as dores aconteceram por causa do curto intervalo
entre as oitavas e as quartas-de-final [quatro dias". Agora, vou ter
mais tempo [cinco dias" para me
recuperar", disse o atleta ao término do jogo contra a Inglaterra.
A situação foi ainda mais preocupante por causa da lenta recuperação da qual vinha o atacante,
que havia passado por duas operações no joelho e ainda sofrido
com contusões musculares antes
de voltar efetivamente a atuar.
Com Roberto Carlos, a injeção
do analgésico foi necessária também no intervalo da partida contra a Inglaterra. Ele estava com
dores na panturrilha esquerda.
O lateral-esquerdo, inclusive,
havia sido poupado por causa disso do confronto com a Costa Rica,
o último do Brasil na fase inicial.
Como a seleção já estava classificada, o técnico Luiz Felipe Scolari preferiu dar descanso ao atleta,
que havia sentido as mesmas dores nas duas partidas anteriores.
Ainda assim, Roberto Carlos
havia sido um dos destaques da
vitória de 4 a 0 sobre a China, na
qual marcou o primeiro gol brasileiro, em uma cobrança de falta.
Para o caso de Rivaldo, há relatos diferentes. No do meia-atacante, a aplicação de Voltaren para aliviar as dores no tornozelo esquerdo teria sido no intervalo dos
2 a 0 sobre a Alemanha, na final.
Nessa hipótese, o chute que deu
a Ronaldo o rebote para marcar o
primeiro gol brasileiro teria acontecido sob o efeito do analgésico.
"Joguei essa partida com o tornozelo doendo. Terminado o primeiro tempo, tomei um Voltaren
para voltar e reforcei ainda mais a
atadura", afirmou Rivaldo.
Já o médico da seleção José Luís
Runco disse que foi na vitória de 1
a 0 sobre a Turquia, na semifinal.
Rivaldo também definiu o que
houve como uma infiltração, o
que Runco rejeitou, por se tratar
de um analgésico e pelo local da
aplicação no jogador -as nádegas- não ser o mesmo da lesão.
O médico afirmou que o procedimento adotado é normal em casos como os dos três jogadores.
"A gente dá mesmo [injeção],
quando há algum traumatismo",
declarou ele. "Qualquer um toma
analgésico quando tem dores",
completou Runco.
Colaborou Diogo Pinheiro,
da Folha Campinas
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Memória: Trio marcou 14 dos 18 gols do Brasil na Copa Índice
|