São Paulo, sexta-feira, 05 de julho de 2002

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FUTEBOL

Ronaldo, Roberto Carlos e Rivaldo precisaram de injeções nos intervalos

Analgésico durante jogos ajudou "erres" no Mundial

JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A campanha que levou a seleção ao quinto título mundial de sua história teve, pelo menos, três doses a mais de sacrifício de três de seus quatro principais jogadores.
Ronaldo, Roberto Carlos e Rivaldo, que formaram junto com Ronaldinho o quarteto de ""erres" da equipe, precisaram tomar ao menos uma injeção do analgésico e antiinflamatório Voltaren para aguentarem retornar ao campo.
No caso de Ronaldo, artilheiro da Copa e autor dos dois gols da decisão, a aplicação foi no intervalo da partida contra a Inglaterra, pelas quartas-de-final, por causa de dores na coxa esquerda.
Nesse jogo, o Brasil estava em desvantagem no placar até o final do primeiro tempo, quando Rivaldo empatou. O gol da virada para 2 a 1, de Ronaldinho, aconteceu só no início da segunda etapa.
Com as dores na coxa, Ronaldo teve nesse confronto uma atuação menos destacada e, mesmo com a injeção, acabou substituído por Edílson antes do final da partida.
O problema deixou incerta a escalação dele para o jogo seguinte, contra a Turquia nas semifinais.
Logo ao deixar o campo, o atacante já começou um tratamento e conseguiu se recuperar a tempo de disputar a semifinal, em que fez o gol que classificou o Brasil para a final contra a Alemanha.
""Acho que as dores aconteceram por causa do curto intervalo entre as oitavas e as quartas-de-final [quatro dias". Agora, vou ter mais tempo [cinco dias" para me recuperar", disse o atleta ao término do jogo contra a Inglaterra.
A situação foi ainda mais preocupante por causa da lenta recuperação da qual vinha o atacante, que havia passado por duas operações no joelho e ainda sofrido com contusões musculares antes de voltar efetivamente a atuar.
Com Roberto Carlos, a injeção do analgésico foi necessária também no intervalo da partida contra a Inglaterra. Ele estava com dores na panturrilha esquerda.
O lateral-esquerdo, inclusive, havia sido poupado por causa disso do confronto com a Costa Rica, o último do Brasil na fase inicial.
Como a seleção já estava classificada, o técnico Luiz Felipe Scolari preferiu dar descanso ao atleta, que havia sentido as mesmas dores nas duas partidas anteriores.
Ainda assim, Roberto Carlos havia sido um dos destaques da vitória de 4 a 0 sobre a China, na qual marcou o primeiro gol brasileiro, em uma cobrança de falta.
Para o caso de Rivaldo, há relatos diferentes. No do meia-atacante, a aplicação de Voltaren para aliviar as dores no tornozelo esquerdo teria sido no intervalo dos 2 a 0 sobre a Alemanha, na final.
Nessa hipótese, o chute que deu a Ronaldo o rebote para marcar o primeiro gol brasileiro teria acontecido sob o efeito do analgésico.
"Joguei essa partida com o tornozelo doendo. Terminado o primeiro tempo, tomei um Voltaren para voltar e reforcei ainda mais a atadura", afirmou Rivaldo.
Já o médico da seleção José Luís Runco disse que foi na vitória de 1 a 0 sobre a Turquia, na semifinal.
Rivaldo também definiu o que houve como uma infiltração, o que Runco rejeitou, por se tratar de um analgésico e pelo local da aplicação no jogador -as nádegas- não ser o mesmo da lesão.
O médico afirmou que o procedimento adotado é normal em casos como os dos três jogadores.
"A gente dá mesmo [injeção], quando há algum traumatismo", declarou ele. "Qualquer um toma analgésico quando tem dores", completou Runco.


Colaborou Diogo Pinheiro, da Folha Campinas


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