São Paulo, segunda-feira, 05 de julho de 2004

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VÔLEI

O torneio do avião

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A seleção feminina começa na sexta-feira a sua prova de fogo antes dos Jogos de Atenas. O time vai jogar os três próximos finais de semana na Ásia pelo Grand Prix. Se passar para a fase final, ainda fará mais uma escala na Itália. Um torneio longo e cansativo antes da Olimpíada. Difícil entender o calendário.
O Grand Prix deveria ter sido disputado no meio de junho para que as seleções pudessem se recuperar melhor do desgaste para os Jogos Olímpicos. Para você ter uma idéia, a cada final de semana os jogos são em um país asiático diferente. É o torneio do avião.
O ideal seria até que o Brasil fosse direto para Atenas, já que a Olimpíada começa 13 dias depois do Grand Prix. Mas pensando em fatores emocionais, a opção será retornar ao país por uma semana. "O brasileiro não agüenta ficar muito tempo longe de casa", diz José Roberto Guimarães.
A vantagem de disputar o Grand Prix é que todas as principais seleções do mundo vão participar da competição. Se bem que na fase de classificação, o Brasil não vai enfrentar Rússia, Estados Unidos e nem Itália. E só joga uma vez contra a China, a grande favorita ao ouro olímpico.
A estréia brasileira será na sexta-feira, em Taiwan, contra a República Dominicana, seleção que tem evoluído muito nos últimos tempos: foi campeã pan-americana, mas não faz parte da grupo de elite do vôlei. Ainda está bem abaixo. Os outros dois adversários do primeiro final de semana serão Alemanha e China.
O torneio também é importante para o Brasil entrar em ritmo de jogo e para o técnico Zé Roberto definir os dois cortes no grupo de 14 atletas. No time titular, não há mistério: nas pontas, Érika e Virna; no meio, Walewska e Valesquinha; a levantadora Fernanda e a oposto Mari.
No mês passado, durante o torneio da Itália, o técnico testou suas quatro opostos: Mari, Bia, Leila e Elisângela. Mari, 20 anos e 1,89 m, foi a que se saiu melhor e foi até escalada para jogar a final contra as italianas. Além de ser a mais alta, Mari tem uma impulsão respeitável: atinge uma bola a 3,20 m de altura.
A dúvida é sobre quem serão as duas jogadoras cortadas. Depois da criação do líbero, a opção da maioria dos técnicos é formar um time com três centrais e duas opostos. Mas Zé Roberto pode surpreender. Por causa das dores que Walewska vem sentindo no joelho direito, ele pode levar quatro centrais.
Para preservar Walewska, ela só está fazendo um treino por dia. O técnico teme que ela possa ter algum problema em Atenas, e, nesse caso, o time ficaria sem reservas para essa posição. A tendência é que Carol e Fabiana permaneçam no grupo. As opostas Bia, Elisângela e Leila vão disputar uma vaga na equipe.
Quem deve dançar é Bia, ainda mais depois de ter sofrido uma lesão no tornozelo. O outro corte depende da opção tática do técnico já que as duas atacantes têm características diferentes. Leila é canhota, mais experiente, veloz e mais baixa. Elisângela é mais forte fisicamente e uma opção para as bolas altas.

A força russa
Fora da Liga Mundial, a Rússia fez uma série de três amistosos contra os EUA como preparação para a Olimpíada. O time, que conta com o retorno do gigante Dineikine, de 2,16 m, venceu dois jogos por 3 a 1 e sofreu uma derrota pelo mesmo placar. Hoje, os russos disputam a final de um torneio nos EUA, que teve também Argentina e Tunísia.

Trio brasileiro
O levantador Ricardinho e o atacante Dante receberam uma boa notícia. O Modena, time que os dois jogadores da seleção vão defender, será comandado por Júlio Velasco, técnico que dirigiu a Itália nos seus anos dourados. André Heller, que havia acertado com o Modena, pode ser transferido para o Trentino já que a equipe está negociando com o central Gravina.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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