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VÔLEI
O torneio do avião
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A seleção feminina começa
na sexta-feira a sua prova
de fogo antes dos Jogos de Atenas.
O time vai jogar os três próximos
finais de semana na Ásia pelo
Grand Prix. Se passar para a fase
final, ainda fará mais uma escala
na Itália. Um torneio longo e cansativo antes da Olimpíada. Difícil
entender o calendário.
O Grand Prix deveria ter sido
disputado no meio de junho para
que as seleções pudessem se recuperar melhor do desgaste para os
Jogos Olímpicos. Para você ter
uma idéia, a cada final de semana os jogos são em um país asiático diferente. É o torneio do avião.
O ideal seria até que o Brasil
fosse direto para Atenas, já que a
Olimpíada começa 13 dias depois
do Grand Prix. Mas pensando em
fatores emocionais, a opção será
retornar ao país por uma semana. "O brasileiro não agüenta ficar muito tempo longe de casa",
diz José Roberto Guimarães.
A vantagem de disputar o
Grand Prix é que todas as principais seleções do mundo vão participar da competição. Se bem que
na fase de classificação, o Brasil
não vai enfrentar Rússia, Estados
Unidos e nem Itália. E só joga
uma vez contra a China, a grande
favorita ao ouro olímpico.
A estréia brasileira será na sexta-feira, em Taiwan, contra a República Dominicana, seleção que
tem evoluído muito nos últimos
tempos: foi campeã pan-americana, mas não faz parte da grupo de
elite do vôlei. Ainda está bem
abaixo. Os outros dois adversários do primeiro final de semana
serão Alemanha e China.
O torneio também é importante
para o Brasil entrar em ritmo de
jogo e para o técnico Zé Roberto
definir os dois cortes no grupo de
14 atletas. No time titular, não há
mistério: nas pontas, Érika e Virna; no meio, Walewska e Valesquinha; a levantadora Fernanda
e a oposto Mari.
No mês passado, durante o torneio da Itália, o técnico testou
suas quatro opostos: Mari, Bia,
Leila e Elisângela. Mari, 20 anos e
1,89 m, foi a que se saiu melhor e
foi até escalada para jogar a final
contra as italianas. Além de ser a
mais alta, Mari tem uma impulsão respeitável: atinge uma bola a
3,20 m de altura.
A dúvida é sobre quem serão as
duas jogadoras cortadas. Depois
da criação do líbero, a opção da
maioria dos técnicos é formar um
time com três centrais e duas
opostos. Mas Zé Roberto pode
surpreender. Por causa das dores
que Walewska vem sentindo no
joelho direito, ele pode levar quatro centrais.
Para preservar Walewska, ela
só está fazendo um treino por dia.
O técnico teme que ela possa ter
algum problema em Atenas, e,
nesse caso, o time ficaria sem reservas para essa posição. A tendência é que Carol e Fabiana permaneçam no grupo. As opostas
Bia, Elisângela e Leila vão disputar uma vaga na equipe.
Quem deve dançar é Bia, ainda
mais depois de ter sofrido uma lesão no tornozelo. O outro corte
depende da opção tática do técnico já que as duas atacantes têm
características diferentes. Leila é
canhota, mais experiente, veloz e
mais baixa. Elisângela é mais forte fisicamente e uma opção para
as bolas altas.
A força russa
Fora da Liga Mundial, a Rússia fez uma série de três amistosos contra
os EUA como preparação para a Olimpíada. O time, que conta com o
retorno do gigante Dineikine, de 2,16 m, venceu dois jogos por 3 a 1 e
sofreu uma derrota pelo mesmo placar. Hoje, os russos disputam a
final de um torneio nos EUA, que teve também Argentina e Tunísia.
Trio brasileiro
O levantador Ricardinho e o atacante Dante receberam uma boa notícia. O Modena, time que os dois jogadores da seleção vão defender,
será comandado por Júlio Velasco, técnico que dirigiu a Itália nos
seus anos dourados. André Heller, que havia acertado com o Modena, pode ser transferido para o Trentino já que a equipe está negociando com o central Gravina.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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