da Reportagem Local

Uma mudança no regulamento da Liga Mundial feita a pedido da Argentina irá prejudicar o Brasil na fase decisiva da competição, que acontece em Mar del Plata a partir do próximo dia 12.
Ontem, durante a última partida do Brasil na fase classificatória da Liga, em São Paulo contra a Holanda, dirigentes, comissão técnica e jogadores souberam que a tabela da segunda fase tinha sido alterada -o que gerou revolta em todos.
A modificação fará com que os brasileiros enfrentem, além da Itália (atual campeã mundial), Cuba (atual campeã da Liga Mundial), que só perdeu um jogo até agora.
Antes, o Brasil (duas derrotas, dez vitórias) jogaria contra a Itália e contra a anfitriã Argentina, considerada a equipe mais fraca da fase final -quatro vitórias e oito derrotas na primeira fase.
Com o conhecimento da notícia, a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) prontificou-se a afirmar que, oficialmente, a decisão não estava tomada pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei).
"O (Marcos) Pina (superintendente da CBV) telefonou para a Federação Internacional e já informou que somos contra", disse Ary da Graça Filho, presidente da CBV, após a vitória brasileira por 3 sets a 1 (25/23, 25/22, 21/25 e 25/19).
Graça Filho acrescentou que a palavra final sobre o assunto será dada hoje pelo presidente da FIVB, o mexicano Rubén Acosta.
A Folha entrou em contato com a FIVB, e o diretor-geral da Liga Mundial, Franz Schmied, confirmou a informação da CBV.
"Houve um pedido da Argentina e, provisoriamente, fizemos a mudança. Mas uma reunião amanhã (hoje) definirá os grupos."
Após receber o protesto brasileiro, o dirigente disse que tentou contatar os argentinos, mas não conseguiu, pois a delegação ainda estava em Cuba, onde disputou dois jogos neste fim-de-semana.
Se permanecer a alteração, a Argentina enfrentará a forte Rússia e a apenas mediana Espanha.
Terminada a segunda fase, os dois primeiros colocados de cada grupo fazem as semifinais.
Schmied, da FIVB, desconversou ao ser questionado sobre os motivos da modificação na tabela. "Não sei ao certo", declarou ele.
Para os brasileiros, está claro que é para facilitar a passagem da Argentina para as semifinais, com a intenção de aumentar o enfoque da mídia local sobre a Liga Mundial. "A Argentina quer bancar a esperta. Se não se classificar, a TV não transmite", disse Graça Filho.
Um dos motivos que levariam a FIVB a aceitar a manobra é o interesse em ampliar as atenções do vôlei na Argentina, que será sede do Mundial de 2002. Com sua seleção nas finais, há a certeza de sucesso de público no ginásio.


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