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São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

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Ilhas da América Central apostam no esporte, cujas provas começam hoje, para obter bom desempenho nos Jogos

"Primos pobres" assustam no atletismo

DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO

As ilhas da América Central colocam nas pistas a partir de hoje, com o início das provas de atletismo, o orgulho regional em jogo.
Sem contar com o poderio financeiro de outros países e conscientes de que essa será a grande chance de se destacar "em casa", os países da região, com tradição em provas curtas e de salto, direcionaram para a modalidade os maiores investimentos.
Atletas tiveram calendários de provas enxugados para acomodar programação que lhes permitissem maior dedicação à preparação ao Pan-Americano de Santo Domingo. Delegações foram beneficiadas, pela primeira vez, com estágios de longa duração na Rússia, Cuba e em outros países.
"Muitos atletas dessas ilhas, como Jamaica, Trinidad e Tobago, entre outras, desapareceram neste ano do circuito europeu. Já deviam estar se preparando para o Pan", analisa Jayme Neto, treinador da seleção brasileira.
"Essa é a área deles. Terão a seu favor a torcida e o clima quente e úmido, muito semelhante ao de Manaus", conclui Neto, ao lembrar que o vento local também deve prejudicar as performances.
Para Claudinei Quirino, os fatores climáticos não prejudicarão o Brasil. "Esse tipo de coisa não vai afetar tanto a nossa performance. Estamos acostumados a competir sem muito conforto", disse ele.
O maior exemplo da aposta no atletismo são os anfitriões, que têm o campeão mundial Félix Sanchez, nos 400 m com barreiras, e a conceituada Juana Arrendel, no salto em altura.
"[Além dos dois], creio que vão surgir muitas surpresas. Nunca tivemos preparação tão boa. Há três semanas retornamos da Rússia após treinar lá por mais de um mês. Não teve isso para Winnipeg. Nossos técnicos repetem que neste Pan estamos correndo por nosso povo", justifica a dominicana Yudit Méndez, do heptatlo.
Além disso, o país também "importou" treinadores cubanos.
"Há um ano, o [técnico e ex-recordista pan-americano] Leandro González veio para cá nos treinar", conta Danis Garcia, 26, dos 100 m e dos 200 m.
Até atletas de países sem tanta tradição no esporte, como Curaçao, melhoraram a preparação, enviando competidores para treinos e competições internacionais. (EDUARDO OHATA, GUILHERME ROSEGUINI E JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)

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