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Ilhas da América Central apostam no esporte, cujas provas começam hoje, para obter bom desempenho nos Jogos
"Primos pobres" assustam no atletismo
DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO
As ilhas da América Central colocam nas pistas a partir de hoje,
com o início das provas de atletismo, o orgulho regional em jogo.
Sem contar com o poderio financeiro de outros países e conscientes de que essa será a grande
chance de se destacar "em casa",
os países da região, com tradição
em provas curtas e de salto, direcionaram para a modalidade os
maiores investimentos.
Atletas tiveram calendários de
provas enxugados para acomodar
programação que lhes permitissem maior dedicação à preparação ao Pan-Americano de Santo
Domingo. Delegações foram beneficiadas, pela primeira vez, com
estágios de longa duração na Rússia, Cuba e em outros países.
"Muitos atletas dessas ilhas, como Jamaica, Trinidad e Tobago,
entre outras, desapareceram neste ano do circuito europeu. Já deviam estar se preparando para o
Pan", analisa Jayme Neto, treinador da seleção brasileira.
"Essa é a área deles. Terão a seu
favor a torcida e o clima quente e
úmido, muito semelhante ao de
Manaus", conclui Neto, ao lembrar que o vento local também
deve prejudicar as performances.
Para Claudinei Quirino, os fatores climáticos não prejudicarão o
Brasil. "Esse tipo de coisa não vai
afetar tanto a nossa performance.
Estamos acostumados a competir
sem muito conforto", disse ele.
O maior exemplo da aposta no
atletismo são os anfitriões, que
têm o campeão mundial Félix
Sanchez, nos 400 m com barreiras, e a conceituada Juana Arrendel, no salto em altura.
"[Além dos dois], creio que vão
surgir muitas surpresas. Nunca tivemos preparação tão boa. Há
três semanas retornamos da Rússia após treinar lá por mais de um
mês. Não teve isso para Winnipeg. Nossos técnicos repetem que
neste Pan estamos correndo por
nosso povo", justifica a dominicana Yudit Méndez, do heptatlo.
Além disso, o país também "importou" treinadores cubanos.
"Há um ano, o [técnico e ex-recordista pan-americano] Leandro González veio para cá nos
treinar", conta Danis Garcia, 26,
dos 100 m e dos 200 m.
Até atletas de países sem tanta
tradição no esporte, como Curaçao, melhoraram a preparação,
enviando competidores para treinos e competições internacionais.
(EDUARDO OHATA, GUILHERME ROSEGUINI E JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
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