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FUTEBOL
Com aproveitamento de 67,5%, técnico supera antecessores e encara o Vitória para apagar mal-estar com diretoria
Cuca testa a melhor eficiência pós-Telê
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um treinador desgastado com
dirigentes, mas que em campo
tem demonstrado eficiência de fazer inveja a Carlos Alberto Parreira, Muricy Ramalho e Nelsinho
Baptista. No São Paulo, que hoje
enfrenta o Vitória, às 20h30, no
Morumbi, Cuca tem aproveitamento de pontos superior até ao
de Telê Santana, técnico mais vitorioso da história do clube.
Desde a saída de Telê, em 1995,
o clube já experimentou dez profissionais no cargo, sem contar os
interinos, mas sem a mesma regularidade do técnico atual.
Sem conquistar títulos, Cuca,
que hoje ocupa a quarta posição
no Brasileiro, fez 42 jogos oficiais,
venceu 26 vezes, empatou sete e
perdeu nove -aproveitamento
de 67,5%. Só em jogos no Morumbi, o número supera os 85%.
Telê, que conduziu o time entre
1990 e 1995 e conquistou duas vezes a Taça Libertadores e o Mundial interclubes, ganhou 58% dos
pontos em 373 jogos.
Quem mais se aproxima do percentual de Cuca é justamente sua
principal sombra no comando
técnico são-paulino. Muricy Ramalho, que era o mais cotado a
substitui-lo caso ele aceitasse a
proposta do futebol árabe, deixou
o clube pela primeira vez em 1996
com 65% de aproveitamento.
Paulo César Carpeggiani, comandante em 99, também conquistou 65% dos pontos. Nelsinho Baptista, campeão do Paulista-98, deixou o cargo em 2001
com 55,8%. Levir Culpi também
obteve sucesso no Morumbi. Levou o clube ao título estadual em
2000, mas perdeu o emprego após
o fracasso na final da Copa do
Brasil, contra o Cruzeiro, com
61,5% dos pontos conquistados.
Já o atual técnico da seleção,
Carlos Alberto Parreira, teve passagem modesta, em 1996. Em 19
jogos, perdeu sete e ganhou só
seis vezes e deixou o clube pela
porta dos fundos. O mesmo ocorreu com Mário Sérgio, pior treinador do time desde o final da era
Telê, com 33,3% de eficiência.
Já Rojas levou o clube de volta à
Libertadores após dez anos ganhando 62,3% dos pontos.
Mesmo assim, foi trocado por
Cuca. Hoje em dia é comum nos
corredores do Morumbi ouvir
que o atual treinador é o melhor
desde a saída de Telê.
Mas o seu desejo de ir para o Al
Helal não pegou bem. Parte dos
conselheiros e até o homem forte
do futebol, Juvenal Juvêncio, chegaram a cogitar a demissão do
técnico. Isso só não ocorreu porque Juvêncio é admirador de Cuca, que também conta com o
apoio dos torcedores.
"Eu sei que algumas pessoas ficaram bravas comigo, mas queria
que elas se colocassem no meu lugar. Não foi só porque não pude
levar comissão técnica e não recebi adiantamento que fiquei no
São Paulo. Só que falar isso agora
pode parecer demagogia, mas nenhum clube pelo qual passei é o
São Paulo. Estou amadurecendo
muito aqui", afirma Cuca, que rejeitou proposta de US$ 1,45 milhão por um ano.
Para se transferir, ele queria receber US$ 600 mil adiantados e levar um auxiliar, um preparador
físico e outro de goleiros.
"O Cuca virou técnico de futebol aqui no São Paulo. E agora
não seria o momento ideal para
ele sair", afirma Juvêncio.
O adversário de Cuca hoje, Oswaldo de Oliveira, também fica
atrás no retrospecto. No comando do São Paulo, em 2002 e 2003,
ele ganhou 58,4% dos pontos em
84 jogos -44 vitórias, 17 empates
e 24 derrotas.
NA TV - Sportv (menos
para São Paulo e RS), ao vivo,
às 20h30
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