Time volta ao palco da eliminação e da frustração no torneio continental para enfrentar o Grêmio, agora pelo Brasileiro

Novamente sem Dagoberto, clube busca, no Sul, a quinta vitória seguida no Nacional, que valerá a liderança se o Botafogo não ganhar

JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um velho rival que ainda tira o sono do São Paulo será reencontrado hoje. Às 18h10, no Olímpico, a equipe de Muricy Ramalho voltará ao palco de sua maior decepção nesta temporada. E contra o seu algoz.
Há quase três meses, o tricampeão mundial de clubes era batido por 2 a 0 pelo Grêmio na segunda partida das oitavas-de-final da Taça Libertadores. E assim viu enterrado, por ora, o sonho do tetracampeonato.
O constrangimento pela eliminação do torneio continental de maneira precoce não foi escondido pelos são-paulinos.
Pelo contrário, virou bode expiatório para muitos dos resultados ruins no Brasileiro.
Até por isso, vencer o Nacional tornou-se uma obsessão para o elenco, que vê no título a chance de salvar o ano.
De quebra, não bastasse o empurrão na tabela, os paulistas têm nesta noite a chance de se vingarem do rival gaúcho, apesar de externamente descartarem o clima de revanche.
"Eu nem me lembrava mais desse jogo da Libertadores", desconversa Muricy. "E o clima de revanche não existe. Agora é outro campeonato, outro jogo. Não tem vingança", afirma.
Embalado pela seqüência de quatro vitórias consecutivas, fato que ainda não havia ocorrido neste Brasileiro, os são-paulinos querem aproveitar o embate no Sul para não perder de vista o Botafogo.
Os cariocas, ao lado dos paulistas, lideram a competição com 31 pontos. No entanto a equipe do Rio leva vantagem no saldo de gols (14 a 11) e tem também um jogo a menos.
"A diferença [de gols] nem é tão grande. E tem de ver que temos uma boa defesa, que não leva muitos gols", disse o treinador, lembrando que a zaga de seu time é a melhor do torneio, com sete tentos sofridos.
Mas, antes de se preocupar com o rival pela ponta, Muricy aponta as dificuldades que encontrará na equipe gaúcha.
"O Grêmio é uma equipe que depende muito do coletivo e não conta com um destaque individual, um jogador que decida. O futebol atual está assim, depende da parte coletiva", analisa o treinador, que não contará mais uma vez com Dagoberto, embora o atacante já esteja recuperado de uma lesão muscular sofrida há 20 dias.
"Ele está fisicamente muito abaixo e vai aproveitar o final de semana para treinar", disse.