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AUTOMOBILISMO
Schumacher pode herdar vitória e disparar rumo ao hexa
Ferrari ameaça protestar e
decidir Mundial no tapetão
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Humilhada por equipes concorrentes nas últimas corridas, superada pela Williams no Mundial de
Construtores, prestes a perder a
liderança no Mundial de Pilotos, a
Ferrari diz ter encontrado uma
saída para sua crise. No tapetão.
A escuderia usou a inglesa "Autosport", principal revista de automobilismo, como porta-voz.
Em entrevista à edição de ontem da publicação, Ross Brawn,
diretor técnico ferrarista, afirmou
que o time tem provas de que a
Michelin levou pneus irregulares
às últimas etapas do Mundial.
Segundo ele, a Ferrari está recolhendo mais evidências e deve entrar com um protesto na FIA (entidade máxima do automobilismo) pedindo a revisão dos resultados dos GPs em que a Michelin
teria utilizado compostos ilegais.
"As medidas tiradas após o GP
da Hungria [última prova, há 12
dias] mostraram claramente que
havia pneus mais largos do que o
permitido. Veremos qual será o
desdobramento disso, porque
não estamos felizes com a situação", declarou, sem indicar quando o protesto seria encaminhado.
"Há uma brecha no regulamento da FIA que permite uma investigação caso sejam apresentadas
evidências antes desconhecidas",
completou o engenheiro, referindo-se ao artigo 179, alínea b, do
Código Esportivo Internacional.
No caso da Hungria, o protesto
parece mais factível. Afinal, a vistoria técnica depois da prova teria
comprovado a irregularidade.
Estariam em risco os sete primeiros colocados no GP -todos
com Michelin-, inclusive Fernando Alonso, que se tornou o
mais jovem piloto a vencer na F-1,
Kimi Raikkonen e Juan Pablo
Montoya, que ameaçam a liderança de Michael Schumacher.
Oitavo colocado, Schumacher
herdaria a vitória, ganharia mais
nove pontos e veria sua vantagem
para Juan Pablo Montoya aumentar de um para 16 pontos faltando três provas para o fim do
Mundial. A "virada de mesa" praticamente lhe daria o sexto título.
Quanto aos GPs anteriores, a luta da Ferrari será árdua. As evidências da equipe são fotografias.
De acordo com a "Autosport", a
Michelin estaria usando os pneus
ilegais desde o GP de San Marino,
quarta etapa do Mundial.
Os pneus franceses, que equipam McLaren, Williams, Renault,
Toyota e Jaguar, estariam terminando as provas com mais de 27
cm de largura, limite permitido.
Alertada pela Bridgestone, fornecedora da Ferrari, a FIA anunciou há uma semana que passará
a inspecionar os pneus após cada
corrida, e não mais antes, como
prevê o regulamento esportivo.
No fim da tarde de ontem, a Michelin contra-atacou. Em uma
carta à imprensa, disse que a mudança de postura da FIA foi unilateral, que há pouco tempo para
mudar os pneus e que "se reserva
o direito de buscar ações legais
contra o funcionário ferrarista".
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