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São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2003

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AUTOMOBILISMO

Schumacher pode herdar vitória e disparar rumo ao hexa

Ferrari ameaça protestar e decidir Mundial no tapetão

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Humilhada por equipes concorrentes nas últimas corridas, superada pela Williams no Mundial de Construtores, prestes a perder a liderança no Mundial de Pilotos, a Ferrari diz ter encontrado uma saída para sua crise. No tapetão.
A escuderia usou a inglesa "Autosport", principal revista de automobilismo, como porta-voz.
Em entrevista à edição de ontem da publicação, Ross Brawn, diretor técnico ferrarista, afirmou que o time tem provas de que a Michelin levou pneus irregulares às últimas etapas do Mundial.
Segundo ele, a Ferrari está recolhendo mais evidências e deve entrar com um protesto na FIA (entidade máxima do automobilismo) pedindo a revisão dos resultados dos GPs em que a Michelin teria utilizado compostos ilegais.
"As medidas tiradas após o GP da Hungria [última prova, há 12 dias] mostraram claramente que havia pneus mais largos do que o permitido. Veremos qual será o desdobramento disso, porque não estamos felizes com a situação", declarou, sem indicar quando o protesto seria encaminhado.
"Há uma brecha no regulamento da FIA que permite uma investigação caso sejam apresentadas evidências antes desconhecidas", completou o engenheiro, referindo-se ao artigo 179, alínea b, do Código Esportivo Internacional.
No caso da Hungria, o protesto parece mais factível. Afinal, a vistoria técnica depois da prova teria comprovado a irregularidade.
Estariam em risco os sete primeiros colocados no GP -todos com Michelin-, inclusive Fernando Alonso, que se tornou o mais jovem piloto a vencer na F-1, Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya, que ameaçam a liderança de Michael Schumacher.
Oitavo colocado, Schumacher herdaria a vitória, ganharia mais nove pontos e veria sua vantagem para Juan Pablo Montoya aumentar de um para 16 pontos faltando três provas para o fim do Mundial. A "virada de mesa" praticamente lhe daria o sexto título.
Quanto aos GPs anteriores, a luta da Ferrari será árdua. As evidências da equipe são fotografias.
De acordo com a "Autosport", a Michelin estaria usando os pneus ilegais desde o GP de San Marino, quarta etapa do Mundial.
Os pneus franceses, que equipam McLaren, Williams, Renault, Toyota e Jaguar, estariam terminando as provas com mais de 27 cm de largura, limite permitido.
Alertada pela Bridgestone, fornecedora da Ferrari, a FIA anunciou há uma semana que passará a inspecionar os pneus após cada corrida, e não mais antes, como prevê o regulamento esportivo.
No fim da tarde de ontem, a Michelin contra-atacou. Em uma carta à imprensa, disse que a mudança de postura da FIA foi unilateral, que há pouco tempo para mudar os pneus e que "se reserva o direito de buscar ações legais contra o funcionário ferrarista".


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