São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2004

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BRASIL x BOLÍVIA

Cacifado pela CBF, porta-voz de discurso patriótico e inflado por um novo amor, atacante faz hoje, contra Bolívia, 1ª aparição com camisa amarela para os paulistanos (e para ela)

São Paulo enfim conhece Ronaldo, dono da seleção

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Ronaldo, que prometeu dedicar gol contra a Bolívia à namorada, Daniella Cicarelli, participa de treino do Brasil, ontem, no Morumbi


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Durante a semana, ele mostrou seu poder. Contra a Bolívia, às 17h10, ele terá sua primeira vez na cidade mais poderosa do país.
Ronaldo, 27, faz hoje sua estréia com a camisa da seleção em São Paulo. Isso depois de mais de dez anos servindo ao time nacional, por onde atuou em nada menos do que 13 cidades do país. Há na lista lugares em que o atacante se exibiu duas vezes, como Manaus e Florianópolis, e capitais acanhadas, como Teresina e Vitória.
Na verdade, só quando jogava pelo Cruzeiro, há mais de dez anos, Ronaldo, carioca que brotou para a bola em Minas Gerais e já correu a Europa, desfilou por gramados paulistanos em jogos oficiais. No Brasileiro-93, passou em branco em partidas contra Corinthians, no Pacaembu, e São Paulo no Morumbi, local do confronto com a Bolívia.
"É incrível mesmo. Nunca joguei em São Paulo pela seleção", disse o atacante. "Gosto muito daqui. Minha namorada já é quase paulista", completou Ronaldo, que durante a semana treinou sob os olhares da mineira Daniela Cicarelli, que ganhou cadeira para ficar ao lado do gramado, e alfinetou os colegas dispensados de enfrentar a Bolívia por não terem atendido atuado no Haiti.

Cooper no Ibirapuera
O primeiro encontro com o torcedor paulistano acontece no mesmo ano em que Ronaldo voltou à cidade para encontrar um novo amor. Na capital, ele engatou o romance com Milene Domingues, que acabou em casamento, um filho e separação.
Foi também em São Paulo que pegou fogo o romance com Daniella Cicarelli, que fez o namorado correr no parque do Ibirapuera para perder peso e ganhar por isso os agradecimentos do técnico Carlos Alberto Parreira.
Hoje, Cicarelli vai estar nas tribunas do Morumbi, que também receberão uma penca de políticos, para dividir o interesse pelo jogo entre o líder das eliminatórias (até o início da rodada) e o lanterna.
Se marcar no primeiro jogo na capital paulista com a camisa amarela, Ronaldo, artilheiro das eliminatórias com seis gols, vai dedicá-lo à namorada.
"Tomara que eu faça o gol e possa dedicar novamente a ela. Foi bom tê-la aqui", comentou o atacante quando recebeu a visita de Cicarelli na Granja Comary. Lá, a namorada, além da cadeira VIP e dos beijos do artilheiro, até recebeu um agasalho da seleção para se proteger do frio.
Jogador mais poderoso do país, sempre respaldado pela CBF e hoje no papel de líder de um time que não terá o capitão Cafu -Roberto Carlos ostentará a braçadeira hoje-, um dos criticados por ele por não ter ido ao Haiti, Ronaldo adotou um discurso patriótico.
""Independentemente do adversário, sempre entramos em campo para vencer. Jogando no Brasil sempre nos sentimos em dívida com o povo. Queremos sempre dar o melhor. Vamos fazer de tudo para proporcionar um espetáculo, e que domingo seja um grande dia", disse o astro, que conhece hoje uma das mais exigentes torcidas em termos de seleção.
Com Ronaldo mais uma vez como grande atração, a seleção volta a São Paulo depois de mais de três anos e pela primeira vez em 30 anos com a condição de detentora do título mundial.
O time entra em campo desfigurado pelo veto da CBF aos jogadores do Milan (Dida, Cafu e Kaká) e do Bayern de Munique (Lúcio e Zé Roberto). Isso significa que Parreira não terá cinco titulares para o jogo em que precisa vencer para terminar a oitava rodada das eliminatórias no topo do torneio.
Logo após o final da partida, a seleção viaja a Berlim, onde na quarta-feira faz a revanche da final da Copa contra a Alemanha.
O time voltará a campo pelas eliminatórias em outubro, quando terá duas partidas em seqüência, contra Venezuela, em Maracaibo, e Colômbia, em Maceió.

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