São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2004

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IMPRESSÃO DIGITAL

Apaixonado por nova onda da fotografia, treinador leva câmeras nas viagens da seleção

Parreira troca pincéis por Photoshop

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Nem às vésperas de um jogo pelas eliminatórias Carlos Alberto Parreira esquece de sua mais nova paixão. Em Teresópolis, o treinador da seleção brasileira desfilou com uma supermoderna câmera Nikon. Paisagens de Teresópolis, na serra fluminense, foram clicadas pelas lentes do técnico, que adotou a fotografia digital como hobby.
Quando não está envolvido com o futebol, Parreira tem aproveitado boa parte do seu tempo para registar paisagens e gente, como gosta de dizer.
A atração do treinador pela fotografia digital é tão grande que ele fez até um curso para usar o Photoshop, programa que possibilita editar e retocar imagens.
""Já adorava fotografia. Agora, com as câmeras digitais, fiquei ainda mais fascinado", afirmou o treinador, que cedeu à Folha uma série de fotografias tiradas recentemente.
Algumas foram registradas na Eurocopa, entre junho e julho, torneio que o técnico acompanhou como observador. Ele ficou fascinado especialmente com a cerimônia de abertura, da qual tirou dezenas de fotos.
Outras foram tiradas em passeios náuticos pela baía de Angra dos Reis, litoral do Rio.
Neste caso, o principal objeto de interesse -barcos ancorados e paisagens marítimas- estão diretamente relacionados com outro passatempo que Parreira adora: a pintura. O mar e seus entornos são a maior inspiração das telas de Parreira.
""O que me atrai na fotografia digital é o imediatismo. Você pode refazer, trabalhar a imagem com o photoshop. Muito legal", afirmou o treinador, que já investiu mais de R$ 20 mil em equipamentos (câmeras, programas e laptop).
Parreira começou a flertar com a fotografia por causa do futebol. Nos anos 60, quando morava na Alemanha, decidiu fotografar alguns amistosos da seleção local para fazer um trabalho sobre esquemas táticos.
""Foi um sucesso. Os alemães adoraram. Desde então, não parei mais. Depois, as minhas filhas nasceram e continuei", disse o treinador, que tem centenas de fotografias da época em que trabalhou nos anos 70 pelo futebol do Oriente Médio.
Na época, o técnico tinha uma Leica, câmera alemã cultuada por sua excelente qualidade técnica, utilizada por fotógrafos como o francês Henri Cartier-Bresson, morto neste ano.
""Aquela também era o meu xodó. Foi deixada de lado por causa dessas máquinas digitais", explicou Parreira, que deu um tempo na pintura para se dedicar à fotografia digital. No ano passado, o treinador chegou a fazer uma exposição individual na galeria Britto Central, em São Paulo. Expôs 12 telas.
Na pintura, Parreira é fã de Romero Britto. Na fotografia, o técnico também tem os seus preferidos. ""Gosto do Sebastião Salgado, que fotografa gente muito bem, e do J.R. Duran [especializado em nus artísticos]. Além de a matéria-prima dele ajudar, ele é muito bom", brincou o treinador, que costuma levar uma máquina nas viagens da seleção desde o início do ano.
Não será diferente hoje à noite, quando a equipe embarca para a Alemanha, onde na quarta-feira faz em Berlim amistoso com os vice-campeões mundiais.

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