São Paulo, terça-feira, 05 de setembro de 2006

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Times da elite sofrem de "overdose da Conmebol"

Confederação faz mais de 200 jogos de clubes no ano e gera exposição recorde

Com início de uma inchada Sul-Americana e com a participação do São Paulo na Recopa, reservas devem defender país nos torneios


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Começam neste meio de semana para o Brasil a Copa Sul-Americana e a Recopa Sul-Americana. E começa também, mais do que nos anos anteriores, o descaso com as competições menores da Conmebol.
Um time que queira reinar de forma absoluta na América do Sul em uma temporada terá que fazer pelo menos 24 partidas oficiais no continente. Esse é o número mínimo de jogos para um clube ganhar no mesmo ano Libertadores, Copa Sul-Americana e Recopa, algo assustador para quem vê hoje um Nacional de pontos corridos e sonha com um Mundial de Clubes no fim da temporada.
Se a Libertadores é um anseio cada vez maior para os times da elite do país, jogar com força máxima as outras disputas internacionais da Conmebol virou quase um martírio.
""Não sou dono do São Paulo. Tenho que ver com a diretoria, mas a prioridade é o Brasileiro", disse Muricy Ramalho, técnico do time do Morumbi, sobre a Recopa, a qual desprezou em seu discurso, chegando a trocar o nome do mata-mata com o Boca Juniors -campeão da Libertadores e da Sul-Americana de 2005 se enfrentam.
Muricy já conquistou uma Copa Conmebol em 1994 com o ""Expressinho" do São Paulo, um time composto basicamente por aspirantes. Agora, diz que vai escalar o ""melhor" na quinta-feira na Bombonera no jogo de ida, mas o ""melhor" não significa o time ideal ou titular.
""É uma competição importante [a Recopa], mas o jogo mais importante para a gente é o do Corinthians [domingo, pelo Brasileiro]", disse ontem Souza, ala-direito são-paulino.
O São Paulo ganhou em 1993 Libertadores, Supercopa e Recopa fazendo 18 jogos, mas o Nacional era bem mais curto naquela época e o duelo dessa Recopa, contra o Cruzeiro, valeu pelo Brasileiro também.
Se o Inter for campeão brasileiro neste ano, jogará as três competições interclubes atuais da Conmebol em 2006. Teria que fazer 14 jogos para ser bi da Libertadores, dois duelos pela Recopa e dez partidas para levantar a taça ainda inédita da Copa Sul-Americana para o futebol brasileiro. Seriam 26 jogos da Conmebol, esquecendo aí o Mundial de Clubes da Fifa.
A Copa Sul-Americana será disputada neste ano por 34 equipes, quatro a menos do que a Libertadores, que desde o ano passado vê uma fase de repescagem antes dos grupos. São oito representantes brasileiros, que se enfrentam em mata-matas antes de entrar em uma fase internacional da competição.
Amanhã, acontecem os duelos de ida entre Vasco e Corinthians, Santos e Cruzeiro e Paraná e Atlético-PR. Na quinta-feira, Botafogo e Fluminense abrem seu confronto regional.
""A Sul-Americana já foi mais rentável", reclamou Leão, técnico do Corinthians, que desdenhou do torneio após a vitória sobre a Ponte Preta por 1 a 0.
A Conmebol fica com 10% das rendas das partidas de seus interclubes, exceção feita às rendas dos times da Concacaf.
No ano passado, também oito times da Série A entraram na Sul-Americana, mas não havia time do Nacional na Recopa.


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