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Times da elite sofrem de "overdose da Conmebol"
Confederação faz mais de 200 jogos de clubes no ano e gera exposição recorde
Com início de uma inchada Sul-Americana e com a participação do São Paulo na Recopa, reservas devem defender país nos torneios
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Começam neste meio de semana para o Brasil a Copa Sul-Americana e a Recopa Sul-Americana. E começa também,
mais do que nos anos anteriores, o descaso com as competições menores da Conmebol.
Um time que queira reinar de
forma absoluta na América do
Sul em uma temporada terá
que fazer pelo menos 24 partidas oficiais no continente. Esse
é o número mínimo de jogos
para um clube ganhar no mesmo ano Libertadores, Copa
Sul-Americana e Recopa, algo
assustador para quem vê hoje
um Nacional de pontos corridos e sonha com um Mundial
de Clubes no fim da temporada.
Se a Libertadores é um anseio cada vez maior para os times da elite do país, jogar com
força máxima as outras disputas internacionais da Conmebol virou quase um martírio.
""Não sou dono do São Paulo.
Tenho que ver com a diretoria,
mas a prioridade é o Brasileiro", disse Muricy Ramalho, técnico do time do Morumbi, sobre a Recopa, a qual desprezou
em seu discurso, chegando a
trocar o nome do mata-mata
com o Boca Juniors -campeão
da Libertadores e da Sul-Americana de 2005 se enfrentam.
Muricy já conquistou uma
Copa Conmebol em 1994 com o
""Expressinho" do São Paulo,
um time composto basicamente por aspirantes. Agora, diz
que vai escalar o ""melhor" na
quinta-feira na Bombonera no
jogo de ida, mas o ""melhor" não
significa o time ideal ou titular.
""É uma competição importante [a Recopa], mas o jogo
mais importante para a gente é
o do Corinthians [domingo, pelo Brasileiro]", disse ontem
Souza, ala-direito são-paulino.
O São Paulo ganhou em 1993
Libertadores, Supercopa e Recopa fazendo 18 jogos, mas o
Nacional era bem mais curto
naquela época e o duelo dessa
Recopa, contra o Cruzeiro, valeu pelo Brasileiro também.
Se o Inter for campeão brasileiro neste ano, jogará as três
competições interclubes atuais
da Conmebol em 2006. Teria
que fazer 14 jogos para ser bi da
Libertadores, dois duelos pela
Recopa e dez partidas para levantar a taça ainda inédita da
Copa Sul-Americana para o futebol brasileiro. Seriam 26 jogos da Conmebol, esquecendo
aí o Mundial de Clubes da Fifa.
A Copa Sul-Americana será
disputada neste ano por 34
equipes, quatro a menos do que
a Libertadores, que desde o ano
passado vê uma fase de repescagem antes dos grupos. São oito representantes brasileiros,
que se enfrentam em mata-matas antes de entrar em uma fase
internacional da competição.
Amanhã, acontecem os duelos de ida entre Vasco e Corinthians, Santos e Cruzeiro e Paraná e Atlético-PR. Na quinta-feira, Botafogo e Fluminense
abrem seu confronto regional.
""A Sul-Americana já foi mais
rentável", reclamou Leão, técnico do Corinthians, que desdenhou do torneio após a vitória sobre a Ponte Preta por 1 a 0.
A Conmebol fica com 10%
das rendas das partidas de seus
interclubes, exceção feita às
rendas dos times da Concacaf.
No ano passado, também oito times da Série A entraram na
Sul-Americana, mas não havia
time do Nacional na Recopa.
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