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Colapso na era Kleber Leite ameaça o Flamengo
MÁRIO MAGALHÃES
da Sucursal do Rio
Derrotas, dívida recorde, racha
político, acusações entre jogadores e piadas dos rivais são os principais itens da maior crise do Flamengo nos últimos três anos e oito
meses, desde que Kleber Leite assumiu a direção do clube.
Em situação crítica, o time mais
popular do país, conforme pesquisa Datafolha, enfrenta hoje,
sob imensa tensão, o Palmeiras.
No futebol, nos cofres e na auto-estima, o clube vive a sua maior
depressão na década.
No Brasileiro, há insucesso em
todos os aspectos. A equipe, com
folha salarial de pelo menos R$ 1
milhão, está em 14º lugar. Se perder para Palmeiras e Cruzeiro, nos
dois próximos jogos, fora de casa,
vai para a zona de rebaixamento.
Popular em todo o Brasil, o Flamengo tem mais torcedores, em
São Paulo, do que a Lusa.
Mas, no Brasileiro, é o 14º em
público Ä8.426, em média, noss
jogos no Maracanã. No Rio, ainda
não conseguiu vencer Äperdeu
para Juventude e Bragantino.
Técnico do time há 12 dias, Toninho Barroso pensou em se demitir na quarta-feira, quando o
Flamengo foi derrotado pelos reservas do Boca Juniors (ARG), no
Maracanã, pela Copa Mercosul,
com 791 pagantes -menos do que
o público que entrou sem pagar
(convidados e pessoas a trabalho).
A decadência rubro-negra é tamanha que o radialista Washington Rodrigues, que fracassou como treinador, foi contratado de
novo, como diretor técnico. Para
explicar a crise, Rodrigues, conhecido como "Apolinho", fez seu
diagnóstico: "Existe uma urucubaca contra o Flamengo".
O meia Beto acusou outros jogadores de terem "se acomodado
com as mordomias do clube".
Desde a ascensão de Kleber Leite
no clube, há sempre insegurança:
Toninho Barroso é o nono técnico
das duas gestões (dois anos cada)
do dirigente. "Eu não sou
pé-frio. O que faço dá certo, só não
posso entrar em campo para jogar", afirmou o presidente.
A seu favor, ele tem o pagamento em dia dos salários. Contra,
uma dívida avaliada entre R$ 50
milhões e R$ 70 milhões, a maior
de todos os clubes brasileiros.
A eleição que ocorrerá em dezembro parou o clube. Leite não
pode concorrer de novo -se pudesse, não teria chances. O favorito é Márcio Braga, de oposição.
Assim, foram congeladas as negociações para o banco Opportunity "comprar" o departamento
de futebol. Márcio Braga teria preferência por um banco espanhol .
Com fracassos sem fim Äsó um
título importante, o Estadual do
Rio de 96, nos últimos quatro
anosÄ, o clube poucas vezes, em
sua história centenária, foi motivo
de tanta chacota dos adversários:
"Os flamenguistas não votam",
dizem os rivais. O motivo? "Eles
não têm título."
Colaborou Paulo Cobos, da Reportagem Local
NA TV - Bandeirantes (apenas
para o Estado do Rio) e Globo
(menos para a cidade de São
Paulo), às 16h, ao vivo
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