São Paulo, Domingo, 05 de Setembro de 1999
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FUTEBOL
Equipe de Luxemburgo é dominada em Buenos Aires, e rival consegue revanche da Copa América
Argentina pressiona e vence Brasil

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado especial a Buenos Aires

A Argentina venceu ontem o Brasil por 2 a 0, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, e conseguiu vingar a derrota sofrida na Copa América. Na ocasião, os brasileiros venceram por 2 a 1 um time argentino quase sem atletas ""estrangeiros", eliminando o rival do torneio.
Os argentinos, que jogaram com muitos ""estrangeiros" ontem, dominaram amplamente a partida e poderiam até ter goleado. E continuam à frente no confronto direto entre as seleções ao longo da história.
Os times voltam a se enfrentar na terça-feira, em novo amistoso, só quem em Porto Alegre.
Foi a terceira derrota sofrida pela seleção brasileira sob o comando de Wanderley Luxemburgo.
Nos minutos iniciais, o jogo ficou concentrado no meio-campo. Poucas chances de gol foram criadas. Na melhor delas, Ronaldo recebeu livre e tocou no corpo de Bonano, mas estava impedido.
A Argentina exercia forte marcação na saída de bola do Brasil, dificultando a criação de jogadas do time de Luxemburgo.
A partir dos 15min, os argentinos passaram a ameaçar insistentemente o gol de Dida. Aos 17min, Vivas quase marcou de cabeça.
Verón, um especialista em cobranças de falta, quase fez dois minutos depois dessa maneira.
O mesmo Verón, após tabela com Ortega, abriu o placar aos 30min. O meia chutou de fora da área fraco, no meio do gol, mas Dida escorregou e acabou não conseguindo fazer a defesa.
Aos 42min, a Argentina perdeu grande chance. Sorín, livre na esquerda, cruzou para a área. Ortega, sozinho, não alcançou a bola. Crespo chutou para fora.
No intervalo, Luxemburgo criticou sua equipe. ""Estamos aceitando a marcação. A Argentina está obrigando nossos zagueiros a dar chutão", disse o técnico.
No segundo tempo, entraram Vampeta, Alex e Élber. O time brasileiro melhorou, mas as melhores chances de gol continuaram sendo da Argentina.
Logo aos 4min, o zagueiro Ayala perdeu gol incrível de cabeça, quase na pequena área.
Mais dez minutos e o segundo gol argentino saiu. Após boa trama pelo lado direito da defesa brasileira, González serviu Crespo. O atacante escorou a bola com o gol quase vazio para marcar.
O Brasil tentou reagir. Quase conseguiu aos 15min, com Marcos Assunção batendo falta.
Dois minutos mais tarde, Ronaldo recebeu passe de Cafu, ficou na cara do gol e chutou na trave direita de Bonano.
Cobrando faltas com perfeição, Verón levava perigo ao gol de Dida. Aos 22min, o meia argentino colocou a bola na cabeça de Ayala, o que se repetiria mais duas vezes até o fim do jogo. Dida teve que fazer grande defesa.
Também de falta, Roberto Carlos arriscou aos 29min. Mas chutou por cima do travessão.
Élber, com um chute de bico aos 31min, e Antônio Carlos, ao pegar rebote aos 36min, também ameaçaram o gol de Bonano.
Porém a Argentina esteve perto do terceiro gol até o final. Crespo, de cabeça, quase marcou aos 41min, após uma jogada ensaiada em cobrança de escanteio.

Clima
O maior clássico sul-americano não atraiu tanto a torcida argentina. Segundo a Associação de Futebol Argentino, 5.000 ingressos não foram vendidos.
Os torcedores argentinos presentes cantavam hinos racistas contra os brasileiros, que, em pequeno número, respondiam cantando "tetracampeão".
Antes do jogo, foi respeitado um minuto de silêncio às vítimas do acidente aéreo na última semana, em Buenos Aires.


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