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FUTEBOL
Na lanterna, Guarani demite 4º técnico; Ponte vai bem mesmo goleada
"Sorte" faz a diferença para adversários campineiros
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Imagine dois times vizinhos.
Ambos com seguidas trocas de
técnicos, ataques pífios e defesas
peneiras. Só que um desses clubes
disputa uma vaga na Taça Libertadores da América e o outro é
lanterna do mesmo campeonato.
Essa situação existe -e acontece em Campinas. O Guarani continua mergulhado na crise. Ontem demitiu Agnaldo Liz e procura seu quinto técnico no Brasileiro-04. O time, lanterna do torneio, tem o pior ataque do torneio
e saldo negativo de 16 gols. Mas
ninguém conseguiu golear o time
do Brinco de Ouro da Princesa até
o momento no Nacional.
Já a vizinha Ponte Preta está no
terceiro técnico, tem a segunda
pior artilharia do Nacional e um
saldo pior que o Guarani: -19.
Mesmo assim, alternando vitórias magras e derrotas vexaminosas (no último sábado perdeu para o então cambaleante Cruzeiro
por 5 a 0 no Mineirão), está em sétimo lugar, a só cinco pontos da
zona da Libertadores.
No primeiro turno, no confronto direto entre os dois times, a
Ponte Preta também levou a melhor, vencendo por 3 a 1.
Com sortes opostas dentro de
campo, os campineiros são irmãos na crise financeira. A Ponte
perdeu quase um elenco inteiro
no ano passado por atraso nos salários. O Guarani, campeão brasileiro em 1978, chegou a atrasar os
salários de alguns jogadores, como o do atacante Viola.
No mês passado, a Federação
Paulista de Futebol antecipou verba para o Guarani pagar os salários atrasados de jogadores e funcionários. O montante gira em
torno de R$ 850 mil, referentes às
cotas que o clube receberia no
Campeonato Paulista de 2005.
Os dois clubes campineiros são
presididos por cartolas que estão
há muito tempo no cargo.
Antes de Liz, passaram pelo comando do Guarani nesta competição Joel Santana, Zetti e Lori
Sandri, além de Lino Fachini, que
dirigiu o time interinamente por
um jogo (na derrota para o Corinthians por 1 a 0, no Pacaembu).
Zetti, vice-campeão estadual
neste ano com o Paulista de Jundiaí, foi quem permaneceu mais
rodadas à frente da equipe -12
jogos, com somente três vitórias.
Além de Liz, também deixaram
o Guarani ontem o preparador de
goleiros Rafael Camarota e os auxiliares Edinho e Ivan Almeida.
Para a próxima partida, contra
o Atlético-MG, no estádio Independência, em Minas Gerais, a
equipe não terá o goleiro Jean,
que levou o terceiro cartão amarelo e terá de cumprir suspensão.
O time campineiro já começa a
fazer as contas para escapar do rebaixamento. Segundo a diretoria,
a equipe precisa de, pelo menos,
sete vitórias nas 12 rodadas restantes para permanecer na Série A
do Brasileiro em 2005.
(PAULO COBOS E MAURÍCIO SIMIONATO)
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