São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2007

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Apavorado, técnico foge de líder de organizada

Márcio Rodrigues descarta categoria do filho de Paulo Serdan e vai à sub-15

Treinador foi orientado por diretoria palmeirense a registrar ocorrência, mas recuou por receio de sofrer retaliações de seu agressor

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de apanhar do presidente de honra da torcida Mancha Alviverde, Paulo Serdan, o técnico Márcio Vicente Rodrigues vai deixar de dirigir o time sub-14 para comandar o sub-15.
Mas o motivo da mudança não é por promoção ou estratégia do clube, e sim pelo medo do treinador de novamente ter de lidar com o seu agressor.
No último sábado, Rodrigues foi agredido a socos e pontapés por ter substituído Caíque, filho de Serdan, no jogo contra o Santos, no CT Rei Pelé, pelo campeonato da categoria. Pelo incidente, Serdan foi suspenso preventivamente por 90 dias e aguarda a apuração de uma sindicância aberta no clube.
"Eu tenho família, um filho pequeno, e estou temeroso. Não sou mais treinador do sub-14. Não tem mais clima para mim. O Caíque não tem culpa e não pode ser prejudicado. Ele vai continuar, mas eu quero paz", disse Rodrigues, em entrevista à rádio Jovem Pan.
A decisão do técnico de mudar de categoria foi tomada em conjunto com a diretoria.
"Demos o respaldo de que ele precisava, mas temos que respeitar a opinião dele. É uma questão de preservar o treinador. Ele se sente mais confortável assim", afirmou o diretor de futebol Savério Orlandi.
O dirigente disse que, ao ficar sabendo do incidente, orientou Rodrigues para que fizesse o boletim de ocorrência na delegacia. Assustado, o técnico não quis prestar a queixa.
Savério também rebateu as alegações de Serdan sobre um suposto esquema no qual alguns garotos seriam favorecidos. "Isso não acontece no Palmeiras. Ele vai ter que provar."
De acordo com o também diretor Genaro Marino, outro cuidado será tomado. "Vamos escalar seguranças em dias de jogos da base para preservar os treinadores. Isso é uma coisa que não pode mais acontecer. Dentro do clube, os torcedores também não poderão ter acesso à área de trabalho dos jogadores", afirmou o dirigente.
O Ministério Público deve entrar com uma ação contra Serdan. A Folha tentou entrar em contato com o agressor, mas não conseguiu localizá-lo.


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