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Apavorado, técnico foge de líder de organizada
Márcio Rodrigues descarta categoria do filho de Paulo Serdan e vai à sub-15
Treinador foi orientado por diretoria palmeirense a
registrar ocorrência, mas recuou por receio de sofrer
retaliações de seu agressor
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de apanhar do presidente de honra da torcida Mancha Alviverde, Paulo Serdan, o
técnico Márcio Vicente Rodrigues vai deixar de dirigir o time
sub-14 para comandar o sub-15.
Mas o motivo da mudança
não é por promoção ou estratégia do clube, e sim pelo medo do
treinador de novamente ter de
lidar com o seu agressor.
No último sábado, Rodrigues
foi agredido a socos e pontapés
por ter substituído Caíque, filho de Serdan, no jogo contra o
Santos, no CT Rei Pelé, pelo
campeonato da categoria. Pelo
incidente, Serdan foi suspenso
preventivamente por 90 dias e
aguarda a apuração de uma sindicância aberta no clube.
"Eu tenho família, um filho
pequeno, e estou temeroso.
Não sou mais treinador do sub-14. Não tem mais clima para
mim. O Caíque não tem culpa e
não pode ser prejudicado. Ele
vai continuar, mas eu quero
paz", disse Rodrigues, em entrevista à rádio Jovem Pan.
A decisão do técnico de mudar de categoria foi tomada em
conjunto com a diretoria.
"Demos o respaldo de que ele
precisava, mas temos que respeitar a opinião dele. É uma
questão de preservar o treinador. Ele se sente mais confortável assim", afirmou o diretor de
futebol Savério Orlandi.
O dirigente disse que, ao ficar
sabendo do incidente, orientou
Rodrigues para que fizesse o
boletim de ocorrência na delegacia. Assustado, o técnico não
quis prestar a queixa.
Savério também rebateu as
alegações de Serdan sobre um
suposto esquema no qual alguns garotos seriam favorecidos. "Isso não acontece no Palmeiras. Ele vai ter que provar."
De acordo com o também diretor Genaro Marino, outro
cuidado será tomado. "Vamos
escalar seguranças em dias de
jogos da base para preservar os
treinadores. Isso é uma coisa
que não pode mais acontecer.
Dentro do clube, os torcedores
também não poderão ter acesso à área de trabalho dos jogadores", afirmou o dirigente.
O Ministério Público deve
entrar com uma ação contra
Serdan. A Folha tentou entrar
em contato com o agressor,
mas não conseguiu localizá-lo.
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