São Paulo, segunda-feira, 05 de outubro de 2009 |
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JUCA KFOURI A praia é verde
O SANTOS mexeu num vespeiro. Pra quê?! O jogo corria morno na Vila Belmiro à meia-boca, com apenas 10 mil torcedores. Depois de um primeiro tempo equilibrado, mas, sobretudo, morno, o 0 a 0 perdurava até a altura do décimo minuto do segundo quando, numa imprudência, num gesto mal pensado, temerário mesmo, o alvinegro fez 1 a 0. Pra quê?! Parecia não ter a menor noção do que provocaria. Porque o alviverde estava na dele, disputando um clássico fora de casa, apesar de contra um adversário frágil, mas preocupado mais em manter a liderança do que em correr maiores riscos. Ora, ao tomar o gol, precisou, também, tomar providências. Pois tomou-as. A primeira delas foi trocar Obina por Robert. O resultado foi quase imediato, com o empate conquistado por Diego Souza, que parecia meio desinteressado do jogo. Robert não, Robert estava tão interessado que corrigiu o chute cruzado de Diego Souza para virar o jogo: 2 a 1. Com seus dois alas abertos da América Latina, o chileno Figueroa e o colombiano Armero, o Palmeiras, que em sua ótima maré tinha a sorte de jogar num estádio quase frio, virou dono da partida e começou a trocar bola, a dar show, embalar um olé, pouco ao estilo de Muricy Ramalho, mais ao feitio das suas velhas Academias. O suficiente para mostrar que este time de hoje não tem nada a ver com aquele que começou o Brasileirão. Porque este um grupo capaz de ir além de sua obrigação, comprometido com uma ideia coletiva, cujos louros, se vierem, serão de todos, da direção do clube ao ponta-esquerda, passando pelo treinador e pelo massagista. Endiabrado, veloz, Robert ainda enfiou uma bola entre as pernas do goleiro santista para permitir a Vagner Love fazer o terceiro gol, como se coroasse um show. Difícil imaginar como o Palmeiras perderá seu quinto título no Campeonato Brasileiro e fácil dizer que cada vez mais só o São Paulo pode atrapalhá-lo. É que Goiás e Inter têm sempre fraquejado na hora agá, apesar de o Galo mostrar força nova na reta final e merecer atenção. Ao invadir a praia santista, o que era verde ficou ainda mais verde. Começou mal Bobagem o Ministério do Esporte querer, agora, tomar as rédeas do COB. Se quando pode fazê-lo não as tomou a ponto de ficar de fora do comitê organizador da candidatura Rio-2016, não será agora, com Carlos Arthur Nuzman com a faca e o queijo nas mãos, detentor do aval do COI, que irá conseguir. E causa calafrios ouvir dizer que o país investirá em esportes individuais para ganhar medalhas, em vez de buscar a massificação para tirar qualidade da quantidade. O modelo inglês com vistas a Londres-2012 é uma distorção que um país com seus problemas resolvidos pode se dar ao luxo de adotar. Nós, não. Já imaginou virarmos o país da esgrima, do halterofilismo, da luta-livre, da luta greco-romana, do tiro, do badminton? Que emoção! blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: Stock Car: Thiago Camilo vence e entra nos playoffs Próximo Texto: Renovação perde força na Copa-10 Índice |
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