São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

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JUCA KFOURI

Há empates e empates


O do Santos não foi bom, mas não foi ruim; o do Corinthians chegou a ser péssimo, no entanto acabou razoável

EMPATAR em casa na luta para não cair não é ruim, é péssimo. Empatar em casa na luta pela Libertadores não é bom, mas passa, ainda mais se a posição for mantida na tábua de classificação.
Foi o que aconteceu com o Santos diante do Galo, na Vila. Um Santos irreconhecível no primeiro tempo, mas muito melhor no segundo, a ponto de não ter sido justo o 2 a 2.
Paradoxalmente, apesar de o Santos ter merecido vencer, o empate apenas adiou um pouco mais sua classificação à Libertadores, que parece certa. Já com o Corinthians é tudo pelo avesso do avesso. Até o 2 a 2.
O time saiu na frente logo de cara com Betão, jogou até que razoavelmente contra um Furacão que lhe é superior e tomou um gol de empate inaceitável, com o adversário sem marcação, livrinho da silva.
Era o empate que prenunciava a degola inevitável, numa rodada que o Corinthians podia deixar três rivais atrás de si.
Pior aconteceu depois, quando Nelsinho, não convencido de que o Corinthians está há semanas na segunda divisão e que deve se comportar como tal, consciente de suas limitações, tentou ganhar o jogo, trocando um volante (Carlos Alberto), por um atacante (Arce).
Ele já fizera algo semelhante no Maracanã, quando, ao contrário, o empate com o Flamengo não era bom, era ótimo.
E não demorou mais que três minutos para que outro gol paranaense fosse feito, sem marcação.
Era o óbvio.
Aí, no entanto, aconteceu o avesso do avesso.
Felipe foi para a área adversária e quase empatou de cabeça, numa aula para Iran e Gustavo Nery não só de hombridade, mas, também, até que o desespero pode ser bom conselheiro, imagine você. Porque, em seguida, no minuto final, Arce deu para Finazzi empatar, ele cujo nome, como o do goleiro alvinegro, começa com F, de Fiel.
E o empate, que era péssimo, ficou razoável, aceitável, quase bom até, se o Corinthians conseguir repeti-lo no Serra Dourada e o Paraná Clube não surpreender o Botafogo, no Engenhão, o que, aliás, é possível.
E como seria bom se o Palmeiras mantivesse o empate obtido logo no reinício do jogo na Ilha do Retiro, depois de ter saído atrás do Sport, vítima de um pênalti daqueles interpretativos. Ao empatar, também de pênalti, mas claríssimo, o Palmeiras permanecia no G4.
Ao perder, perdeu também o lugar para o Flamengo, embora, acredite, ainda esteja menos complicado para o alviverde chegar à Libertadores do que para o Corinthians se livrar do rebaixamento.
Porque se há empates e empates, também há derrotas e derrotas.

Pentacampeões
No país dos penta, quem sabe, um dia, todos saberão distinguir o legítimo do legal, a Justiça do Direito e, sobretudo, que em questões de princípios não se transige jamais.

Crianças sabem tudo
Mas boa mesmo é a frase do menino que chamou a atenção dos coleguinhas na escola no dia seguinte à homologação do Brasil para sediar a Copa 2014: "Vocês viram que o Brasil vai "incendiar" a Copa?".

blogdojuca@uol.com.br


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