São Paulo, quinta-feira, 05 de novembro de 2009

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JUCA KFOURI

A torcida, e nós, nos estádios


Lugar de torcedor é no estádio, não na poltrona. E de jornalista também. Mas será assim tão simples?


PAULO CALÇADE , companheiro da ESPN Brasil e colunista de "O Estado de S.Paulo", tem batido numa tecla absolutamente razoável: nada substitui estar no estádio. Além de ser muito mais gostoso do que ver na televisão.
Desnecessário dizer que nossos estádios não dão nem conforto nem muito menos segurança, razão pela qual fica difícil fazer uma campanha para que o torcedor passe a frequentá-lo, embora a média de público do Brasileirão deste ano esteja ameaçando superar todas as anteriores dos campeonatos em pontos corridos. Temos hoje 17.149 torcedores em média por jogo, pouco menos que a melhor média, a de 2007, que teve 17.255.
Mais do que o público presente aos estádios, porém, cresce a compra de pacotes para ver os jogos em casa, na casa dos 600 mil neste ano, 30% maior que no ano passado.
Entre os que gozam de tal privilégio está a esmagadora maioria dos colunistas, para não falar do hábito consolidado nas emissoras de rádio, e também de TV, de comentar os jogos longe dos estádios.
Mero comodismo?
Certamente, boa dose, mas não só.
Porque quase todos concordam que nada como estar no estádio.
Ocorre que, com a profusão de jogos, não só no mesmo horário mas também na sequência de cada jornada esportiva, quem precisa ter visão geral não pode se dar ao luxo de ir ao campo, porque verá um jogo só.
Verá melhor? Não, não verá melhor sob uma porção de aspectos, mesmo que veja melhor o desenho dos times.
Porque não verá melhor, por exemplo, a confecção de um gol, ou o acerto/erro da arbitragem.
E é exatamente aí que Calçade, repleto de razão, pondera: temos sido rigorosos em demasia com as arbitragens porque nos valemos do jogo da TV, e não do jogo do gramado, que é muito diferente.
A repetição dos lances, a câmara lenta, por mais que realce os detalhes da jogada e, por outro lado, diga-se, diminua o impacto de certas violências, na verdade, falseia a realidade do que é possível ver no gramado e na arquibancada, ou nas cabines de imprensa.
Estamos diante de uma questão insolúvel: porque haverá quem, felizmente, seguirá indo aos estádios e os que verão de suas casas ou de seus estúdios.

Desmentidos
Aécio Neves e sua namorada negam que tenha havido um incidente entre eles numa festa da Calvin Klein, no Rio, no domingo retrasado. É possível mesmo que não tenha havido.
A nota que dei em meu blog, no UOL, no domingo passado, uma semana portanto depois da tal festa, diz claramente que ele deu um tapa e um empurrão em sua acompanhante. Repito: acompanhante.
A fonte que ouvi, testemunha do incidente, disse com todas as letras: "Ele deu um tapa, um empurrão, ela caiu e depois cada um foi para um canto, diante de constrangimento geral". Então, perguntei: "Era a namorada dele?". E a fonte respondeu: "Isso não sei, porque não a conheço. Era uma loira bonita e que estava inconveniente".
O fato grave, é claro, permanece: a agressão.

blogdojuca@uol.com.br


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