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Sem escolha, Toyota abandona a F-1
Time, com sede em Colônia e 650 funcionários, encerra participação de oito anos sem ter vencido nenhuma corrida
Saída da empresa japonesa deixa grid da categoria no Mundial do ano que vem com só três montadoras, Fiat, Mercedes e Renault
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos três times de maior
orçamento da F-1, a Toyota
anunciou ontem sua saída da
categoria, com efeito imediato.
"Com base no ambiente econômico atual, percebemos que
não tínhamos escolha a não ser
sair", afirmou Akio Toyoda,
presidente da empresa. "Foi
uma decisão muito dolorosa."
Maior montadora de automóveis do mundo, a empresa
japonesa seguiu o caminho da
Honda, que há 11 meses tomou
a mesma medida -acabou vendida para Ross Brawn e ganhou
o Mundial de Construtores e o
de Pilotos, com Jenson Button.
O destino da Toyota, porém,
não deve ser o mesmo de sua
ex-rival. A sede da equipe na
Europa, em Colônia, que abriga
650 funcionários, pertence à
montadora -diferentemente
do que ocorria com a Honda e a
fábrica de Brackley-, impossibilitando uma eventual venda.
As duas, porém, não foram as
únicas empresas japonesas a se
desligarem das competições.
Desde o ano passado, com a crise econômica global e a valorização do iene, várias montadoras tomaram a mesma atitude.
Suzuki e Subaru deixaram o
Mundial de rali, a Kawasaki
abandonou a MotoGP, e a Mistubishi, o Rali Dacar. Anteontem, foi a vez de a Bridgestone
anunciar o fim do fornecimento de pneus para a F-1 ao se encerrar a temporada de 2010.
"Desde que me tornei presidente, em junho, tenho tentado
me concentrar em entregar
produtos a nossos consumidores e é nisso que devemos focar
nossos recursos agora", afirmou Toyoda, neto do fundador
da Toyota. "Nós nos comprometemos com a F-1 em 2008 e
fizemos nosso melhor na última temporada. Mas agora já
não é mais viável permanecer."
Na categoria desde 2002, a
equipe não venceu nenhuma
corrida. Foram 139 GPs, três
poles e 13 pódios. Neste ano,
após começo promissor, terminou o campeonato em quinto
lugar. Resultados que, segundo
o presidente da empresa, não
influenciaram na saída do time.
"Nossa decisão não seria diferente mesmo que nós tivéssemos vencido corridas", falou
Toyoda, durante a entrevista
coletiva concedida em Tóquio,
na qual Tadashi Yamashina,
chefe da equipe de F-1, chorou.
"O fato de sermos incapazes
de dar a nossos pilotos a chance
de correr é muito triste", falou.
A saída da Toyota significa
que no ano que vem a principal
categoria do automobilismo terá apenas três equipes bancadas por montadoras em seu
grid: a Ferrari (Fiat), a McLaren (Mercedes) e a Renault.
"Talvez seja o fim de uma década em que as montadoras dominaram a F-1 e, o que veremos
na próxima, será um esporte
que se assemelha muito ao dos
anos 90", afirmou Adam Parr,
chefe-executivo da Williams,
uma das cinco equipes independentes inscritas para competir na categoria em 2010.
Além de deixar o grid da F-1
pela primeira vez em oito anos
sem nenhum construtor japonês, a desistência da Toyota pode significar um lugar para a
Sauber (o que restou da BMW,
que também anunciou sua despedida da categoria neste ano).
Vendida para um grupo de
investidores árabes, a equipe
ainda não tinha lugar no ano
que vem, já que o grid da temporada que começa em 14 de
março será composto por 13 times -chegarão os novatos
Campos, Lotus, USF1 e Manor.
Com agências internacionais
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