São Paulo, quinta-feira, 05 de novembro de 2009

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FUTEBOL

Quero ver sem o melhor jogador


Copa dos Campeões mostra quem é, como o Real, e quem não é, como o Chelsea, um dependente do maior craque


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A COPA dos Campeões tem colocado alguns pontos de interrogação nos principais clubes e em suas escalações.
Sem Cristiano Ronaldo, o Real Madrid não ganha do Milan. Sem Ribéry, o Bayern perde em casa do Bordeaux. Sem Grafite, o Wolfsburg atropela o Besiktas fora. Sem Ferdinand e Vidic, o Manchester leva três gols no Old Trafford do CSKA...
A questão não é pontual, como está na moda dizer, vai além. Qual é o grau de dependência dos times, pensando em seus craques? Quem sente mais a falta de seus principais nomes? Desde que "bruxos" fizeram "serviço" contra Cristiano Ronaldo, ele tem sofrido com lesões, e o Real tem penado muito mais que o previsto. Sem o português e sem Kaká, deu 4 a 0 para o Alcorcón. Acidente?
Tudo bem (uma ova), mas sem a contratação mais cara da história o Real patina mesmo quando vence, como no sábado contra o Getafe.
O Barcelona vive muito bem sem Henry, abraçou Ibra da melhor forma, mas seria assim sem Messi?
"O que acontece com o Bayern?",
ouvi a pergunta muitas vezes desde anteontem. Van Gaal tem três estrelas: além de Ribéry, Klose e Robben.
O francês não jogou por contusão contra o Bordeaux, e o holandês ficou na reserva, só entrando no segundo tempo no lugar do alemão. Não foi só a ausência de Ribéry o problema. É Van Gaal, de novo!
O Liverpool, sem Gerrard, não vence o Lyon mesmo com o "Niño Torres". Esse é um exemplo claro de time dependente de dois homens. O Wolfsburg ao menos tem Dzeko e Misimovic para resolver na frente quando Grafite está fora do jogo.
Ronaldinho e Pato, para muitos os dois maiores craques do Milan ainda, aproveitaram os duelos contra o Real Madrid para dar o ar da graça. O primeiro levou elogios mundo afora ("demonstrou que não está acabado", segundo a France Presse) por arriscar mais e render melhor naquele cantinho esquerdo que o tornou no Barcelona o número um. O segundo foi eleito o melhor do primeiro confronto e voltou a balançar as redes na volta (gol mal anulado).
O Olympique de Marselha dá a maior goleada da temporada sem Lucho González e com Ben Arfa e Morientes no banco, que é o "x" da questão e da coluna. Olhe o do Chelsea anteontem: Ballack, Deco, Anelka, Ricardo Carvalho, Ivanovic... Se há "Cristianoronaldodependências" em boa parte dos times (Diego, Gourcuff e Falcao foram os melhores das partidas de Juventus, Bordeaux e Porto, respectivamente), o Chelsea é o que parece mostrar mais consistência e menos alteração de comportamento com ausências.
O Atlético de Madri, claro, é muito mais dependente de Forlán e Agüero. O segundo começou na reserva contra o Chelsea, fez dois gols e virou melhor da partida. Ele é um só, está fora. O Chelsea, todo, avança.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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