São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2010

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Pelé celebra "tabelona" por museu

FUTEBOL
Monumento projetado por Niemeyer enfeitará memorial


FELIPE CARUSO
DO RIO

Quem chegar a Santos pelo mar, a partir de 2012, verá no monumento projetado pelo gênio do arquitetura a imagem do gênio do futebol.
Pelé esteve ontem no escritório de Oscar Niemeyer, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, para receber o desenho da obra que ficará na frente do Museu Pelé, no centro histórico de Santos.
Na parte superior de uma placa de concreto de 20 metros de altura, a figura de Pelé vazada comemora um gol com o famoso soco no ar.
Na base, os visitantes entrarão numa sala de projeção dentro de uma esfera de sete metros de diâmetro por intermédio de uma rampa que circundará todo o objeto.
"Ele [Niemeyer] teve ideia de mostrar o soco no ar e o pé do Pelé controlando a bola. Só o seu Oscar mesmo", comentou Pelé, que completou 70 anos no mês passado.
Do outro lado da "tabelona", como definiu o ex-jogador, o arquiteto agradeceu a oportunidade de prestar a homenagem ao craque.
"É um prazer. Pelé é um ídolo. O pessoal do meu tempo nunca vai se esquecer do Pelé jogando futebol. Foi uma figura fantástica", lembra Niemeyer, que completará 103 anos no mês que vem.
Ao definir o jogador, destacou a malícia do rei para lidar com adversários violentos. "Esperto, sabia conduzir e se defender, né, Pelé? Porque levava muito pontapé."
"Naquela época não tinha cartão amarelo nem cartão vermelho", tentava justificar Pelé ao ser interrompido pelo arquiteto. "Mas tinha o cotovelo", finalizou Niemeyer.
Perguntado se Oscar Niemeyer era o Pelé da arquitetura, o atleta do século questionou: "E eu vou dizer que sou o Oscar de quê?".

ACERVO
Após receber propostas de Japão, Estados Unidos, Inglaterra, Pelé doou cerca de 3.000 peças como filmes, fotos e troféus de seu acervo pessoal para o museu que é construído na cidade que o projetou para o mundo.
Entre as relíquias guardadas, há a caixa de engraxar com a qual Pelé conseguiu os primeiros 400 réis para ajudar a família, que ainda morava na cidade de Bauru.
O Museu Pelé ficará num antigo casarão do século 19 tombado pelo patrimônio histórico, cedido pelo governo do Estado e que está em fase de restauração.
A obra, orçada em aproximadamente R$ 20 milhões e prevista para ser concluída em 2012, é realizada com recursos da iniciativa privada por meio da Lei Rouanet.


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