São Paulo, sábado, 05 de novembro de 2011

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Em pacotes VIP, bebida já está garantida

2014 Material de divulgação oferece 'coquetel e serviço de bar' no Mundial

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

A venda de camarotes e pacotes de ingressos VIP para a Copa-14 reforça a impressão de que haverá venda de bebidas alcoólicas no Mundial.
O material de divulgação dos pacotes oferece, entre outros serviços, "coquetel e serviço de bar durante todo o jogo com uma excelente seleção de bebidas".
As imagens que ilustram o material mostram pessoas ingerindo bebidas que parecem ser cerveja, vinho e champanhe, mas há o aviso: "Estas são representações aproximadas, não cenas reais".
A comercialização de bebidas alcoólicas é mais um tema de divergência entre a Fifa e autoridades brasileiras. O COL (Comitê Organizador Local) e a Fifa, assim como as cidades-sedes, nem consideram a possibilidade de a venda de bebidas alcoólicas ser proibida no Mundial.
O consumo de cerveja nas arquibancadas (e de outras bebidas nos camarotes) foram liberadas nos dois últimos Mundiais, disputados na Alemanha e na África do Sul.
No Brasil, a venda é proibida em competições organizadas pela CBF. Mas algumas leis estaduais a permitem.
Em Goiás, por exemplo, a comercialização é liberada. Houve venda de cerveja no amistoso que a seleção brasileira disputou em junho deste ano, contra a Holanda.
A Fifa tem como um de seus principais patrocinadores a cervejaria AB-InBev, que entre outros rótulos controla as marcas Budweiser (que aparece no site da entidade) e Brahma, que foi exibida nos jogos do Brasil na Copa-10.
Enquanto o COL (Comitê Organizador Local) dá como certa a liberação da venda de cerveja na Copa, o Ministério Público se mostra contrário.
Paulo Castilho, promotor em São Paulo, cita o Regulamento Geral das Competições da CBF e o Estatuto do Torcedor, "que fixa como condição de acesso e permanência do torcedor em estádios não portar bebidas". O promotor costuma dizer que a proibição reduziu substancialmente a violência nos estádios.
Cartolas como Andres Sanchez, presidente do Corinthians, são favoráveis. Os quatro grandes clubes de São Paulo têm parceria comercial com fabricantes de cerveja.
O técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, é garoto-propaganda da Kaiser.
O embate aponta para a vitória de Fifa e seus parceiros. É muito provável que leis estaduais sejam aprovadas para liberar a venda e o consumo de álcool na Copa-14.


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