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FUTEBOL
Atacante do Vasco será homenageado com placa em São Januário
Recordista, Edmundo quer estudar e escrever um livro
MAÉRCIO SANTAMARINA
enviado especial ao Rio
Após bater o recorde histórico de
gols no Campeonato Brasileiro, o
atacante Edmundo, do Vasco, resolveu virar bom moço para garantir uma vaga na seleção para a
Copa do Mundo de 98.
Prometeu voltar a estudar e escrever um livro sobre sua vida.
Edmundo, que cursou até a 6ª série do 1º Grau, quebrou o recorde
de Reinaldo (28 gols pelo Atlético-MG em 1977) ao marcar três
dos quatro gols da vitória sobre o
Flamengo, anteontem. O artilheiro tem agora 29 gols.
O jogador vai ser homenageado
pela marca com uma placa no estádio de São Januário.
A vitória classificou o Vasco para
a final da competição. Para comemorar, Edmundo ofereceu ontem
um churrasco, com muita cerveja,
em sua casa, na Barra da Tijuca, na
zona sul do Rio de Janeiro.
"Pelo campeonato que fiz, tenho uma confiança muito grande
de que irei à Copa. O Zagallo diz
que não precisa me ver jogando, o
problema é só meu comportamento. Acho que isso facilita para eu
realizar o meu sonho", afirmou.
Aos 26 anos, ele disse que a idade
e as orientações do técnico Antônio Lopes têm sido fundamentais
para mudar seu comportamento.
"Você nunca é hoje o que foi ontem. A idade ajuda. Estou mais
tranquilo, ciente do que quero. É
lógico que é difícil mudar o temperamento de uma pessoa, mas o Lopes tem me ensinado muita coisa."
O atacante admitiu estar vivendo
um dos melhores momentos de
sua carreira, mas afirmou que espera melhorar ainda mais.
"O que você fez ontem já não vale para hoje e muito menos para
amanhã. Estou bem comigo, com
o Vasco e com a vida em geral."
Edmundo disse que a Fiorentina,
da Itália, enviou um comunicado
pedindo que ele se apresente no
próximo dia 27 para enfrentar a
Sampdoria no dia 4 de janeiro,
mas ainda há chances de continuar
no Vasco na próxima temporada.
"O Vasco assumiu o compromisso de me vender quando estava
em um momento difícil. Depois,
tornou-se um dos times com
maior arrecadação. Se a diretoria
devolver o que já foi pago pela Fiorentina (US$ 2 milhões), eu fico. O
fundamental é ser campeão."
Ele disse que profissionalmente
acha melhor ficar -"o Romário
ficou longe e hoje sua presença na
seleção é questionada"-, mas
pessoalmente prefere ir embora.
"Na Itália, os jogos são uma vez
por semana e sobraria tempo para
eu voltar a estudar e escrever o
meu livro. Vou escrever sozinho,
afinal só eu vou saber contar tudo
o que vivi desde que nasci", afirmou o jogador.
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