São Paulo, sexta, 5 de dezembro de 1997.



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FUTEBOL
Atacante do Vasco será homenageado com placa em São Januário
Recordista, Edmundo quer estudar e escrever um livro

MAÉRCIO SANTAMARINA
enviado especial ao Rio

Após bater o recorde histórico de gols no Campeonato Brasileiro, o atacante Edmundo, do Vasco, resolveu virar bom moço para garantir uma vaga na seleção para a Copa do Mundo de 98.
Prometeu voltar a estudar e escrever um livro sobre sua vida.
Edmundo, que cursou até a 6ª série do 1º Grau, quebrou o recorde de Reinaldo (28 gols pelo Atlético-MG em 1977) ao marcar três dos quatro gols da vitória sobre o Flamengo, anteontem. O artilheiro tem agora 29 gols.
O jogador vai ser homenageado pela marca com uma placa no estádio de São Januário.
A vitória classificou o Vasco para a final da competição. Para comemorar, Edmundo ofereceu ontem um churrasco, com muita cerveja, em sua casa, na Barra da Tijuca, na zona sul do Rio de Janeiro.
"Pelo campeonato que fiz, tenho uma confiança muito grande de que irei à Copa. O Zagallo diz que não precisa me ver jogando, o problema é só meu comportamento. Acho que isso facilita para eu realizar o meu sonho", afirmou.
Aos 26 anos, ele disse que a idade e as orientações do técnico Antônio Lopes têm sido fundamentais para mudar seu comportamento.
"Você nunca é hoje o que foi ontem. A idade ajuda. Estou mais tranquilo, ciente do que quero. É lógico que é difícil mudar o temperamento de uma pessoa, mas o Lopes tem me ensinado muita coisa."
O atacante admitiu estar vivendo um dos melhores momentos de sua carreira, mas afirmou que espera melhorar ainda mais.
"O que você fez ontem já não vale para hoje e muito menos para amanhã. Estou bem comigo, com o Vasco e com a vida em geral."
Edmundo disse que a Fiorentina, da Itália, enviou um comunicado pedindo que ele se apresente no próximo dia 27 para enfrentar a Sampdoria no dia 4 de janeiro, mas ainda há chances de continuar no Vasco na próxima temporada.
"O Vasco assumiu o compromisso de me vender quando estava em um momento difícil. Depois, tornou-se um dos times com maior arrecadação. Se a diretoria devolver o que já foi pago pela Fiorentina (US$ 2 milhões), eu fico. O fundamental é ser campeão."
Ele disse que profissionalmente acha melhor ficar -"o Romário ficou longe e hoje sua presença na seleção é questionada"-, mas pessoalmente prefere ir embora.
"Na Itália, os jogos são uma vez por semana e sobraria tempo para eu voltar a estudar e escrever o meu livro. Vou escrever sozinho, afinal só eu vou saber contar tudo o que vivi desde que nasci", afirmou o jogador.



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