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FUTEBOL
Para não esquecer
SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA
O Brasileiro, a dois fins de
semana do encerramento, já
deixa uma boa lista de lembranças... E de esquecimentos.
Quem se lembra do Guarani de
Jair Picerni, que começou tão
bem a temporada, da Ponte Preta, que na última rodada chegou
a estar entre os oito classificados
(!), do Cruzeiro superando as turbulências com Luxemburgo, do
Vitória e seu bom ataque (mais
gols marcados do que cinco dos
classificados à segunda fase), do
Goiás e sua bela recuperação?
Quem se lembra do Paysandu,
um de nossos representantes na
Libertadores, que, como Figueirense, Internacional, Flamengo e
Bahia, muitos já viam na segunda divisão? Quem fala hoje no
Vasco, que nos últimos anos, por
bem ou por mal, foi um dos times
mais comentados do Brasil? No
Atlético-PR, (ainda) o atual campeão? No São Caetano, que por
um triz não foi para Yokohama
tentar marcar o Ronaldo e dar
um nó no Hierro? Quem ainda se
lembra do Dimba, que terminou
o campeonato com 17 gols e ajudou a derrubar o Coritiba?
São muitas histórias, muitos
dramas e glórias, das quais mal
nos lembramos agora. Que dirá
daqui a alguns anos...
Um exemplo de esquecimento
instantâneo: bastou o São Paulo
perder para o Santos para que
muitos dissessem que houve uma
"falsa idéia" de que o time tricolor era muito bom. Falsa nada! O
São Paulo cansou de dar espetáculo, fez 30 pontos nos últimos
dez jogos, tinha atletas de frente
excepcionais e fez oito gols a mais
do que o segundo melhor ataque
da fase inicial (do Atlético-MG).
Mas perdeu para o outro time
que, embora tenha se classificado
por um triz, também deu show
nesta temporada. As duas derrotas seguidas não significam que o
futebol do São Paulo era "invenção da imprensa", como eu ouvi
de torcedores (de outros times e
do próprio São Paulo!).
Eu espero não esquecer tão cedo
das boas revelações (a seleção
olímpica promete!), do papel importante de alguns veteranos, do
trabalho sério e competente de
técnicos e de muitos jogos fantásticos. O futebol brasileiro resiste!
Agora os problemas: a venda de
ingressos para as semifinais foi
tumultuada mais uma vez.
Na segunda-feira já havia filas
enormes diante dos guichês do
Pacaembu, mas os ingressos para
Corinthians x Flu só seriam vendidos a partir de terça. Só podia
dar confusão... Por que a venda
não começou antes? Bem antes,
aliás, já que o jogo estava marcado desde quarta passada?
No Rio, segundo os jornais, foram vendidos mais de 70 mil ingressos antecipados para Flu x
Corinthians, mas só 56.760 pagantes compareceram. Querem
me convencer que umas 8.000
pessoas compraram ingresso e
não foram ao jogo, e que os cambistas tinham uns 8.000 ingressos
na mão? Então tá, e quem conta
os que pularam a roleta?
O horário do jogo no domingo é
palhaçada. Um atentado à saúde
dos jogadores, árbitros, jornalistas, torcedores etc.
Eis um sonho. Os 44 atletas dos
times semifinalistas convocam a
imprensa e dizem: "Por motivo de
força maior [a sensatez], comunicamos que não entraremos em
campo antes das 17h. O Faustão
pode começar às 16h". Seria lindo
ver adversários unidos por uma
causa comum. Seria como se a
Marta e o Alckmin se reunissem
imediatamente para falar sobre
as enchentes em São Paulo.
Vai cair?
Na rua João da Cruz Melão,
na frente do estádio do Morumbi, há uma boca-de-lobo
arrebentada, um buraco feio
que convida a um acidente.
Reclamei com a Regional, pediram até o RG da calçada,
mas até agora nada.
Esporte 2 x 0 Cinema
A Federação Palestina de Futebol consta dos registros da
Fifa, assim como o Comitê
Olímpico Palestino existe para o COI. Mas a Academia recusou a inscrição de um longa palestino para o Oscar
porque não reconhece a Palestina. Isto é Hollywood.
Esporte 0 x 0 Política
O Tibet não consta da lista de
258 territórios do site da
ONU que conta até as Ilhas
Wake e o Atol Palmyra. Assim a China, premiada com a
escolha de Pequim para a
Olimpíada-2008, segue incólume após a invasão do Tibet.
E-mail
soninha.folha@uol.com.br
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