São Paulo, segunda-feira, 05 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Atacante vascaíno diz que não é "cavalo paraguaio" depois de virada na tábua de goleadores

Perto dos 40, Romário é artilheiro

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A artilharia inesperada fez Romário deixar chorando o campo do estádio de São Januário (zona norte do Rio) após a vitória de 3 a 1 do Vasco sobre o Paraná.
O atacante marcou duas vezes, ambas de pênalti, e ironizou quem menospreza a importância de gols do tipo. Terminou o Brasileiro com 22 gols. Foi o artilheiro isolado, superando na rodada derradeira Róbson, do Paysandu, que marcou 21 vezes.
"Felizmente, ou infelizmente para alguns, gol de pênalti também vale", afirmou o atacante, antes de ser abraçado pelo presidente vascaíno, o ex-deputado federal Eurico Miranda.
Cercado por jornalistas, Romário teve que interromper a entrevista algumas vezes, na tentativa de evitar o choro diante das câmeras. Na confusão, soltou algumas frases auto-elogiosas, referindo-se, principalmente, à sua idade.
"Para mim, é uma honra ser artilheiro aos 39 anos. É um feito de poucos. Acho que de nenhum no Brasil. Hoje, estou quebrando meu próprio recorde", disse ele.
Na entrevista, Romário ainda fez questão de mandar um recado para aqueles que, de acordo com o jogador, achavam que sua longa carreira estava acabada.
"Eu nunca fui cavalo paraguaio. Não tenho que dar resposta nenhuma. Todos me conhecem. Jogo porque gosto", comentou.
O atacante deverá jogar pelo Vasco pelo menos no primeiro semestre de 2006, mas pode estender esse prazo dependendo das conversas que terá com o presidente do clube de São Januário.
"A partir de hoje estou de férias. Existe a possibilidade de eu jogar um ano ou então só o [Campeonato] Carioca. Quanto ao Campeonato Brasileiro do ano que vem, vamos ver. Futebol é a coisa que eu mais gosto", disse.
Diante da tribuna de honra do estádio de São Januário, Romário e Renato Gaúcho, técnico da equipe, tiveram seus braços levantados por Eurico Miranda.
O Vasco tem uma larga tradição de fazer os artilheiros do Brasileiro. Com o feito obtido ontem por Romário, são agora sete vascaínos como maiores goleadores do principal torneio do país.
Mas, apesar de seguir artilheiro, Romário foi menos efetivo no Brasileiro-05 do que nos últimos anos. Segundo levantamento do Datafolha, o atacante precisou de um número maior de finalizações para marcar seus gols.
Sua média foi de um tento a cada 3,8 conclusões à meta adversária. Em 2001, quando foi goleador do Nacional pela primeira vez na carreira, o jogador necessitou, em média, de apenas 2,6 finalizações para marcar cada gol.
No ano passado, quando defendeu o Fluminense, ele jogou pouco no Nacional, mas só precisou de duas finalizações para marcar cada um de seus tentos.
Romário foi goleador do Brasileiro-05 com uma média de gols por partida muito pior do que em outras temporadas. Ele balançou as redes, em média, 0,73 vez por jogo. No campeonato de 2001, teve a expressiva média de 1,17.

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