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FUTEBOL
Atacante vascaíno diz que não é "cavalo paraguaio" depois de virada na tábua de goleadores
Perto dos 40, Romário é artilheiro
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A artilharia inesperada fez Romário deixar chorando o campo
do estádio de São Januário (zona
norte do Rio) após a vitória de 3 a
1 do Vasco sobre o Paraná.
O atacante marcou duas vezes,
ambas de pênalti, e ironizou
quem menospreza a importância
de gols do tipo. Terminou o Brasileiro com 22 gols. Foi o artilheiro
isolado, superando na rodada
derradeira Róbson, do Paysandu,
que marcou 21 vezes.
"Felizmente, ou infelizmente
para alguns, gol de pênalti também vale", afirmou o atacante,
antes de ser abraçado pelo presidente vascaíno, o ex-deputado federal Eurico Miranda.
Cercado por jornalistas, Romário teve que interromper a entrevista algumas vezes, na tentativa
de evitar o choro diante das câmeras. Na confusão, soltou algumas
frases auto-elogiosas, referindo-se, principalmente, à sua idade.
"Para mim, é uma honra ser artilheiro aos 39 anos. É um feito de
poucos. Acho que de nenhum no
Brasil. Hoje, estou quebrando
meu próprio recorde", disse ele.
Na entrevista, Romário ainda
fez questão de mandar um recado
para aqueles que, de acordo com
o jogador, achavam que sua longa
carreira estava acabada.
"Eu nunca fui cavalo paraguaio.
Não tenho que dar resposta nenhuma. Todos me conhecem. Jogo porque gosto", comentou.
O atacante deverá jogar pelo
Vasco pelo menos no primeiro semestre de 2006, mas pode estender esse prazo dependendo das
conversas que terá com o presidente do clube de São Januário.
"A partir de hoje estou de férias.
Existe a possibilidade de eu jogar
um ano ou então só o [Campeonato] Carioca. Quanto ao Campeonato Brasileiro do ano que
vem, vamos ver. Futebol é a coisa
que eu mais gosto", disse.
Diante da tribuna de honra do
estádio de São Januário, Romário
e Renato Gaúcho, técnico da
equipe, tiveram seus braços levantados por Eurico Miranda.
O Vasco tem uma larga tradição
de fazer os artilheiros do Brasileiro. Com o feito obtido ontem por
Romário, são agora sete vascaínos como maiores goleadores do
principal torneio do país.
Mas, apesar de seguir artilheiro,
Romário foi menos efetivo no
Brasileiro-05 do que nos últimos
anos. Segundo levantamento do
Datafolha, o atacante precisou de
um número maior de finalizações
para marcar seus gols.
Sua média foi de um tento a cada 3,8 conclusões à meta adversária. Em 2001, quando foi goleador
do Nacional pela primeira vez na
carreira, o jogador necessitou, em
média, de apenas 2,6 finalizações
para marcar cada gol.
No ano passado, quando defendeu o Fluminense, ele jogou pouco no Nacional, mas só precisou
de duas finalizações para marcar
cada um de seus tentos.
Romário foi goleador do Brasileiro-05 com uma média de gols
por partida muito pior do que em
outras temporadas. Ele balançou
as redes, em média, 0,73 vez por
jogo. No campeonato de 2001, teve a expressiva média de 1,17.
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