LUCAS REIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Brasil e Coreia do Norte já se enfrentaram neste ano. Mais precisamente no mês passado. Diante de 80 mil pessoas, empataram em 0 a 0 no estádio Kim Il Sung, em Pyongyang, capital do país asiático.
Na verdade, quem enfrentou os norte-coreanos foi o Atlético Sorocaba, clube que disputa a segunda divisão do Campeonato Paulista. Mas o placar eletrônico do estádio indicava um duelo entre Coreia e Brasil.
"Até hoje eu me pergunto se os torcedores sabiam que quem estava jogando não era a seleção brasileira", disse o técnico Edu Marangon, ex-atleta de Palmeiras e Santos. "Por um momento me senti o Dunga."
O clube do interior do Estado, que pertence ao grupo do reverendo sul-coreano Sun Myung Moon, fez uma excursão pela Ásia em novembro. Após dois meses de negociações, jogadores do Atlético de Sorocaba chegaram à Coreia sem saber se realmente jogariam -partidas entre a seleção norte-coreana e clubes de futebol são raras, já que o país vive sob regime ditatorial e é pouco acessível a estrangeiros.
"Não tínhamos nenhuma informação sobre a seleção norte-coreana. Não sabíamos como seria a repercussão da partida, nem antes, nem depois. O clima naquele país é pesado, há muitas regras, é tudo muito vigiado", afirmou Marangon.
O respeito dado aos brasileiros também o impressionou. "Quando eles pegavam na bola, era um frisson. Quando nós a recuperávamos, o estádio fazia um silêncio assustador. Mesmo num país comunista, fechado, era nítido o respeito por uma equipe brasileira", explicou.
Marangon diz que a seleção brasileira -a verdadeira- não terá problemas na estreia da Copa. E até dá o mapa da mina a Dunga. "O Brasil não terá dificuldades. Eles têm um sistema de jogo bem definido, mas pragmático. Jogam com cinco homens na defesa, dois volantes de contenção, um meia habilidoso e um ótimo centroavante", disse. "Eles jogam basicamente no contra-ataque."


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