DOS ENVIADOS À CIDADE DO CABO

O destino reservou uma revanche para Diego Maradona.
Aquele que potencialmente é o mais polêmico jogador das Copas voltará ao Mundial como técnico para enfrentar o time contra o qual viveu talvez a página mais triste de sua vida. E, de quebra, pegará também a seleção contra a qual marcou seu último gol na competição.
No caminho da Argentina em 2010, assim como em 1994, estão a Nigéria e a Grécia. Em forma, o jogador Maradona anotou um golaço nos 4 a 0 contra os gregos no Mundial dos EUA. Ali festejou com raiva.
Porém, após a vitória suada sobre os nigerianos por 2 a 1, na qual também teve atuação destacada, Maradona foi sorteado para o antidoping. Deu positivo. Efedrina. Foi seu último jogo em Copas. Chorou.
"Claro que lembro daquele jogo. Foi uma lição para a Nigéria enfrentar a Argentina em 1994. E foi uma lição para o Maradona também", afirmou Shaibu Amodu, o técnico nigeriano -dois anos depois, em Atlanta, os africanos venceram os argentinos na luta pelo ouro.
Maradona foi citado durante o sorteio, embora não estivesse presente -foi suspenso por dois meses pela Fifa pela forma como desabafou para a imprensa após a classificação sofrida.
O apresentador, de forma nada elegante, enquanto eram exibidas imagens da Copa-1986, disse que "Maradona fez coisas boas e ruins". No momento em que o famoso gol de mão contra a Inglaterra foi mostrado, ruídos surgiram na plateia, alguns parecendo não aprovar o gol e outros rindo da malandragem do argentino.
"Estou muito feliz por encontrar o Maradona. Estive há muitos anos com os pais dele", disse à Folha Otto Rehhagel, técnico alemão da Grécia.
Indagado se lembrava dos 4 a 0 da Argentina na Grécia, falou: "Isso foi em 1994". Desde então os gregos venceram uma Eurocopa, em 2004, e formaram uma das defesas mais respeitadas do mundo", afirmou.
Carlos Bilardo, diretor técnico da Argentina, considerou o grupo equilibrado. "A Argentina vai ter que melhorar cada dia até o Mundial." (PC E RBU)


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