São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

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Parceiro celebra redenção do Flu

SÉRIE A Patrocínio da Unimed, dirigida por Celso Barros, pode render hoje seu maior fruto

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Se o pediatra carioca Celso Corrêa de Barros, 58, não torcesse para o Fluminense, é provável que a equipe de Muricy Ramalho não estivesse hoje a uma vitória simples do bicampeonato nacional.
Aliás, Muricy Ramalho estaria treinando outro time.
Depois de quase 12 anos, a parceria entre o Fluminense e a Unimed-Rio, presidida por Celso Barros, pode render hoje seu principal fruto.
"Prefiro esperar até as 19h de domingo [hoje] para falar em título. Mas será uma satisfação e uma grande alegria poder ver a torcida do Fluminense enfim comemorar", disse Barros, em entrevista à Folha, anteontem.
O patrocínio da Unimed ao Fluminense já é o mais duradouro entre os principais clubes do país. A parceria foi criada em 1999, quando a equipe carioca amargava a vexatória terceira divisão do Brasileiro.
Os valores não são precisos, mas a cooperativa médica já investiu mais de R$ 150 milhões no time desde então. Os principais jogadores que formam o virtual campeão, como Fred, Deco e Washington, além de Muricy, foram contratados graças ao dinheiro da Unimed.
E é a própria cooperativa que paga os salários diretamente aos jogadores.
"Quando chegamos ao time, estava no fundo do poço. A parceria foi fundamental para voltarmos à elite."
Desde então, o Fluminense conquistou dois títulos estaduais e uma Copa do Brasil. Chegou às finais da Libertadores e da Sul-Americana. Também se viu ameaçado de novos rebaixamentos, como em 2009, quando se safou apenas na última rodada.
Tantos anos de parceria e milhões em investimento têm valido a pena?
"O que gastamos com o Fluminense é uma parte da verba do marketing da empresa. Quando assumimos a Unimed, em 1998, tínhamos 280 mil clientes. Hoje são 810 mil", disse o médico.
Mas há outra questão. O futebol brasileiro tem um histórico negativo de parcerias. A do Fluminense, por enquanto, é uma exceção.
Barros diz que não pensa no fim do patrocínio nem nas possíveis mazelas que o Fluminense poderia herdar.
"Fui reeleito neste ano [mandato de quatro anos], apoiamos o presidente eleito do Fluminense. Pensamos no futuro, na construção do CT, sanar dívidas etc."
Celso Barros diz, ainda, que nunca palpita nas escalações do time. "Isso é invenção. Eu apenas converso com as pessoas. São 12 anos, não chegamos hoje no Fluminense", afirmou o médico.
O fato, porém, é que Barros se tornou uma figura ativa no clube, deixando muito mais próxima a relação entre patrocinador e clube.
E ele nega que a parceria só existe por causa de sua paixão pelo Fluminense.
"Investir no Fluminense foi uma estratégia. Por acaso sou torcedor do Flu, mas a decisão não foi só minha. Na época, entendemos que seria uma grande estratégia de marketing, o Fluminense tem muitos torcedores das classes A e B. E, por acaso, o presidente era tricolor."


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