São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2001

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Reunião extraordinária de conselheiros repudia "massacre" sobre o clube

Vasco se une contra "todos"

Em nome da integridade da "instituição", até opositores de Eurico Miranda passam a defender o dirigente das críticas e ameaças surgidas após tragédia de São Januário

Ana Carolina/Folha Imagem
O presidente eleito do Vasco, Eurico Miranda, após reunião da cúpula do clube, que decidiu apoiar o dirigente em relação à Copa JH




RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

Em reação ao que consideram uma campanha de políticos e jornalistas contra o Vasco e seu presidente eleito, Eurico Miranda, membros da situação e da oposição do clube se uniram.
Ontem, eles tiveram uma primeira reunião para tratar do que chamam de defesa do clube.
A reunião extraordinária de membros dos conselhos deliberativo e de beneméritos foi marcada pelo apoio a Eurico. Até membros da oposição condenaram o que julgam ser um "massacre" ao clube e passaram a sustentar as posições do presidente eleito.
Há uma semana, a queda de parte do alambrado do estádio de São Januário feriu 210 pessoas e provocou a interrupção da decisão da Copa João Havelange, contra o São Caetano.
Perícia verificou que as grades estavam corroídas. Uma vistoria obrigatória antes de cada evento também não foi feita.
Na reunião, o presidente eleito disse aos conselheiros que "quando atacam Eurico Miranda, querem atingir não o chefe de família, não o deputado, mas o representante do Vasco".
Jorge Salgado, ex-diretor de futebol da CBF e que já foi candidato de oposição à presidência do clube carioca, manifestou apoio à diretoria. "É o momento de, em favor da instituição, passarmos por cima de qualquer desavença política. Estamos todos unidos em torno do Vasco", disse.
Conselheiros das diversas facções políticas do clube estavam unidos. Os inimigos apontados: a imprensa, o governo do Rio e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que fez críticas à atuação de Eurico Miranda após o acidente. A todo momento na reunião, que durou cerca de duas horas, os conselheiros que tomavam a palavra se referiam pejorativamente a "eles".
Eurico disse não estar abalado com as acusações e a possibilidade de responder a processos por causa do acidente. O governador do Rio, Anthony Garotinho, vai mover ações civil e penal contra o dirigente, pois foi chamado de "frouxo" e "incompetente" por ter proibido o reinício da partida.
"Não tenho nenhum tipo de abalo psicológico. Nada disso me atinge, só tenho medo de que atinja o Vasco", afirmou Eurico.
Ele admitiu ter cometido erros. "Tenho defeitos e erro algumas vezes ou muitas vezes. Se não errasse, não estaria aqui, mas com os monges budistas."
Eurico afirmou na reunião que "não há hipótese" de uma decisão do Comitê Executivo do Clube dos 13 ou do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) declarar o São Caetano campeão da Copa JH. "Só há três alternativas: realizar um novo jogo, dividir o título ou dá-lo para o Vasco."


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