São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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temporada de caça

FPF aumenta vigilância sobre "gatos"

Regulamento da Copa São Paulo de juniores, que começa hoje, traz inédito artigo que pune o clube com atleta infrator

Item nas regras do torneio complementa legislação que previa punição só ao jogador que tivesse sua data de nascimento alterada

MARIANA BASTOS
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os casos de "gatos" deflagrados no ano passado colocaram a Federação Paulista de Futebol (FPF) em alerta.
A edição deste ano da Copa São Paulo de Futebol Júnior, que começa hoje, traz em seu regulamento um artigo específico que prevê punição rigorosa ao clube que tiver um atleta flagrado com documentação alterada para reduzir a idade.
De acordo com o artigo 21, um clube será afastado das próximas cinco edições do torneio caso algum de seus atletas tenha a sua data de nascimento adulterada em seus documentos. A punição, que é colocada em destaque com negrito e sublinhada no regulamento, pode ser aplicada mesmo que a fraude seja descoberta após o encerramento da competição.
O item do regulamento da copa complementa um artigo do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que prevê punição de 180 a 720 dias apenas ao infrator. No caso do jogador Carlos Alberto, volante do Figueirense que "rejuvenesceu" cinco anos, por exemplo, como o clube não tinha conhecimento da fraude, não recebeu punição.
"Eu acho interessante este artigo porque divide as responsabilidades entre o atleta e o clube. Antes, a legislação previa apenas a punição ao atleta, mas agora o clube terá que tomar mais cuidado com a documentação de seus jogadores", ressalta Naief Saad Neto, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo.
A maior vigilância da federação paulista surtiu efeito entre os participantes da copa.
"Ficamos muito mais atentos na verificação dos documentos. Procuramos entrar em contato com cartórios e maternidades, principalmente de atletas que nasceram em outros Estados. Nós já fazíamos isso anteriormente, mas era somente com atletas que geravam alguma desconfiança em relação à idade. Hoje, fizemos com quase todos os jogadores", disse Cassiano Carduz, supervisor do departamento amador do Santos.
O clube da Baixada Santista, que estréia hoje contra o Guarany de Sergipe, sofreu recentemente com a descoberta de um "gato" em suas categorias de base. Ex-morador de rua, Karioca dizia ter 15 anos, mas o resultado do exame ósseo detectou que o jogador tinha entre 17 e 19 anos.
"Eu acredito que o caso do Karioca tenha servido de alerta para os outros clubes agirem com mais rigor em relação à verificação da idade de seus atletas", afirma Carduz.
Além do rigor na vigilância aos "gatos", a Federação Paulista apresentou uma outra novidade na edição deste ano da copa. A idade limite para um jogador participar da competição passou de 20 para 18 anos.


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