São Paulo, domingo, 06 de janeiro de 2008

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Gastos com bola irritam moradores

DO ENVIADO A MACAÉ E A CARDOSO MOREIRA

Apesar do sucesso dentro de campo, o investimento das prefeituras no futebol desagrada à parte dos moradores de Cardoso Moreira e Macaé.
""Futebol é bom, mas temos problemas maiores para cuidar na cidade. A saúde praticamente não existe aqui", disse Lúcia Carreiro, 54, moradora de Doutor Mattos, um distrito isolado de Cardoso Moreira, distante cerca de 30 minutos de viagem de carro do centro da cidade. ""Por causa do futebol, o prefeito tirou a ambulância que tínhamos aqui. Ele pôs o carro no estádio para socorrer os jogadores. Isto não existe. Ele está brincando com o povo", disse Jordélio Chain, 46, que nasceu em Doutor Mattos.
Em Macaé, os moradores das áreas mais pobres também censuram os gastos públicos destinados ao futebol. "As nossas ruas não têm nem asfalto, mas o prefeito gasta muito com a bola. Não vejo justificativa para isso. A cidade tem que estar em primeiro lugar", afirmou Marcio Pereira, 37, morador da favela da Fronteira.
A economia da cidade de cerca de 160 mil habitantes cresceu mais de 600% desde 1997. Apesar disso, a violência também subiu. Facções criminosas do Rio estão se instalando no município. ""Não pode o Romário jogar do lado da minha casa e o esgoto correr na minha porta", disse Marilene Mesquita, 47, moradora da Nova Holanda, comunidade vizinha ao estádio do Macaé.0 (SR)


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