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Gastos com bola irritam moradores
DO ENVIADO A MACAÉ E
A CARDOSO MOREIRA
Apesar do sucesso dentro de campo, o investimento das prefeituras no
futebol desagrada à parte
dos moradores de Cardoso
Moreira e Macaé.
""Futebol é bom, mas temos problemas maiores
para cuidar na cidade. A
saúde praticamente não
existe aqui", disse Lúcia
Carreiro, 54, moradora de
Doutor Mattos, um distrito isolado de Cardoso Moreira, distante cerca de 30
minutos de viagem de carro do centro da cidade.
""Por causa do futebol, o
prefeito tirou a ambulância que tínhamos aqui. Ele
pôs o carro no estádio para
socorrer os jogadores. Isto
não existe. Ele está brincando com o povo", disse
Jordélio Chain, 46, que
nasceu em Doutor Mattos.
Em Macaé, os moradores das áreas mais pobres
também censuram os gastos públicos destinados ao
futebol. "As nossas ruas
não têm nem asfalto, mas
o prefeito gasta muito com
a bola. Não vejo justificativa para isso. A cidade tem
que estar em primeiro lugar", afirmou Marcio Pereira, 37, morador da favela da Fronteira.
A economia da cidade de
cerca de 160 mil habitantes cresceu mais de 600%
desde 1997. Apesar disso, a
violência também subiu.
Facções criminosas do Rio
estão se instalando no município. ""Não pode o Romário jogar do lado da minha casa e o esgoto correr
na minha porta", disse
Marilene Mesquita, 47,
moradora da Nova Holanda, comunidade vizinha ao
estádio do Macaé.0
(SR)
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