|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
De 28 rodadas dominicais do Brasileiro-03, 13 não terão jogos na cidade
São Paulo terá no Nacional menos bola aos domingos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No principal campeonato do
Brasil, a maior cidade do país ficará sem jogos em boa parte dos domingos, o dia nobre do futebol.
A tabela da edição 2003 do Nacional, apesar de alguns cuidados
inéditos, vai deixar os estádios
paulistanos vazios em 13 das 28
jornadas dominicais já programadas. Nas últimas dez rodadas,
a divisão dos jogos entre os dias
da semana será definida durante
o transcorrer do torneio.
Em outras grandes capitais o
torcedor não terá tantos domingos ociosos -no Rio só haverá
dois; em Salvador, oito.
Os campos paulistanos estarão
vazios, em alguns casos, por até
três domingos seguidos. Isso vai
acontecer em maio e agosto.
A falta de futebol da elite em São
Paulo no dia nobre da semana para o esporte tem dois motivos.
Um deles foi o fracasso da cidade no Brasileiro do ano passado,
no qual Palmeiras e Lusa foram
rebaixados. Nunca na história do
Nacional uma edição contou com
apenas duas agremiações paulistanas, como vai acontecer agora.
O outro motivo é o desejo da TV
de mostrar, sempre que possível,
um jogo de Corinthians ou São
Paulo para a capital paulista. Assim, as duas equipes irão, na
maioria dos casos, atuar como visitante aos domingos ou fazer
suas partidas aos sábados contra
times menos tradicionais.
Ao tirar Corinthians e São Paulo
de boa parte das jornadas dominicais, a CBF vai fazer com que
duas equipes que estiveram entre
as seis melhores bilheterias caseiras do Brasileiro no ano passado
não possam jogar diante de seus
torcedores no dia mais propício
para o futebol no país.
Desrespeito ao código
O regulamento do Nacional, divulgado ontem pela CBF, está em
desacordo com o Código de Defesa do Torcedor, projeto de lei enviado por Fernando Henrique
Cardoso ao Congresso no final do
ano passado e que está trancando
a pauta de votação da Casa.
De acordo com o código, é direito do torcedor que todos os ingressos emitidos pela entidade
responsável pelo torneio sejam
numerados, além de ser seu direito ocupar o lugar indicado pelo
bilhete no estádio. A única exceção diz respeito aos locais já existentes para assistência em pé -as
chamadas gerais.
A CBF, no entanto, não seguiu a
recomendação e só exige que todo
estádio que quiser receber partidas do Brasileiro deverá ter 1.500
lugares numerados, independentemente da sua capacidade máxima de lotação. A regra está descrita no artigo 24, parágrafo primeiro, do regulamento do torneio.
A quantidade de assentos demarcados exigidos pela entidade
equivale a 10% dos lugares do menor estádio que está habilitado a
receber jogos do Brasileiro -15
mil, segundo o mesmo artigo.
Além de fazer a exigência dos
1.500 lugares numerados, a CBF
entrou em contato com as federações estaduais que receberão jogos do Brasileiro e pediu a elas
que façam vistoria dos estádios.
Texto Anterior: Memória: Campeonato tem como marca a descontinuidade Próximo Texto: O que ver na TV Índice
|