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São Paulo, quinta-feira, 06 de fevereiro de 2003

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FUTEBOL

De 28 rodadas dominicais do Brasileiro-03, 13 não terão jogos na cidade

São Paulo terá no Nacional menos bola aos domingos

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

No principal campeonato do Brasil, a maior cidade do país ficará sem jogos em boa parte dos domingos, o dia nobre do futebol.
A tabela da edição 2003 do Nacional, apesar de alguns cuidados inéditos, vai deixar os estádios paulistanos vazios em 13 das 28 jornadas dominicais já programadas. Nas últimas dez rodadas, a divisão dos jogos entre os dias da semana será definida durante o transcorrer do torneio.
Em outras grandes capitais o torcedor não terá tantos domingos ociosos -no Rio só haverá dois; em Salvador, oito.
Os campos paulistanos estarão vazios, em alguns casos, por até três domingos seguidos. Isso vai acontecer em maio e agosto.
A falta de futebol da elite em São Paulo no dia nobre da semana para o esporte tem dois motivos.
Um deles foi o fracasso da cidade no Brasileiro do ano passado, no qual Palmeiras e Lusa foram rebaixados. Nunca na história do Nacional uma edição contou com apenas duas agremiações paulistanas, como vai acontecer agora.
O outro motivo é o desejo da TV de mostrar, sempre que possível, um jogo de Corinthians ou São Paulo para a capital paulista. Assim, as duas equipes irão, na maioria dos casos, atuar como visitante aos domingos ou fazer suas partidas aos sábados contra times menos tradicionais.
Ao tirar Corinthians e São Paulo de boa parte das jornadas dominicais, a CBF vai fazer com que duas equipes que estiveram entre as seis melhores bilheterias caseiras do Brasileiro no ano passado não possam jogar diante de seus torcedores no dia mais propício para o futebol no país.

Desrespeito ao código
O regulamento do Nacional, divulgado ontem pela CBF, está em desacordo com o Código de Defesa do Torcedor, projeto de lei enviado por Fernando Henrique Cardoso ao Congresso no final do ano passado e que está trancando a pauta de votação da Casa.
De acordo com o código, é direito do torcedor que todos os ingressos emitidos pela entidade responsável pelo torneio sejam numerados, além de ser seu direito ocupar o lugar indicado pelo bilhete no estádio. A única exceção diz respeito aos locais já existentes para assistência em pé -as chamadas gerais.
A CBF, no entanto, não seguiu a recomendação e só exige que todo estádio que quiser receber partidas do Brasileiro deverá ter 1.500 lugares numerados, independentemente da sua capacidade máxima de lotação. A regra está descrita no artigo 24, parágrafo primeiro, do regulamento do torneio.
A quantidade de assentos demarcados exigidos pela entidade equivale a 10% dos lugares do menor estádio que está habilitado a receber jogos do Brasileiro -15 mil, segundo o mesmo artigo.
Além de fazer a exigência dos 1.500 lugares numerados, a CBF entrou em contato com as federações estaduais que receberão jogos do Brasileiro e pediu a elas que façam vistoria dos estádios.


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