São Paulo, quarta-feira, 06 de fevereiro de 2008

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Muricy força atletas em treino para melhorar mira do São Paulo

Com sete gols em seis jogos, técnico puxa orelha de lateral e "abusa" de meia

JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Reasco tabela com Adriano e cruza para cabeçada do camisa 10 ao gol. Joilson realiza o mesmo, mas a bola pára na defesa. É hora de o técnico Muricy Ramalho começar a pedir mais atenção ao lateral-direito.
"Capricha, Joilson! Não é para cruzar, é para passar!", disse o treinador, aos berros. "Levanta a cabeça!", emendou.
No acerto do cruzamento e no cabeceio preciso de Aloísio para o fundo das redes, ambos ganham os aplausos e os parabéns do "professor".
Essas são algumas das cenas que o técnico são-paulino protagonizou com seu elenco no treino de ontem pela manhã.
Durante mais de uma hora, Muricy treinou exaustivamente o ataque e seus laterais para a partida de amanhã contra o São Caetano, no Morumbi.
Nas jogadas, Aloísio, Adriano e Borges tinham de concluir com perfeição os cruzamentos dos destros Joilson e Reasco. Jorge Wagner e Júnior eram os encarregados de passar a bola pelo lado canhoto.
E a preocupação de Muricy com a pontaria não é à toa. A ineficiência do ataque do time do Morumbi tem feito a equipe perder pontos importantes no Campeonato Paulista. Em seis rodadas, somente sete bolas foram parar nas redes adversárias do São Paulo.
Este tem sido o pior início de temporada do time no século 21, sendo o ano de 2008 o único em que o time não fez, no mínimo, dez gols em seis jogos.
"Falta entrosamento. A equipe teve mudanças, e o grupo depende de uma seqüência", disse o atacante Borges, artilheiro do time em 2007, com 13 gols.
Mas Borges não deve ser o escolhido no ataque da equipe para o jogo de amanhã.
Liberado pelo departamento médico após ter sofrido uma lesão no púbis, Aloísio aponta como a opção preferida de Muricy. "Vou conversar com ele. Se disser que está bem, vai para o jogo. Caso contrário, começa no banco", disse o treinador.
E, mesmo com a falta dos volantes Richarlyson e Hernanes, na seleção brasileira, Muricy deixa claro que não existe a menor possibilidade de o time ter três atacantes na partida.
"Se fossem três e um deles fosse um meia-atacante, como era o Leandro, aí você pode fazer", explicou Muricy, lembrando que nenhum dos seus atacantes tem característica parecida com a do atleta que voltava para armar as jogadas.
No treinamento de ontem, além dos três atacantes do time, os meias Hugo e Carlos Alberto também tinham de afinar a pontaria nos rebotes.
Carlos Alberto, aliás, foi duramente exigido, após o treino com os outros atletas. Muricy chutava as bolas, e o meia tinha de correr e bater para o gol. "Estou morto", bufou o meia.
"Dele eu posso abusar, porque ainda não está 100% fisicamente", defendeu-se Muricy.


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