São Paulo, quarta-feira, 06 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Crise de identidade


Copa Davis procura novo caminho, enquanto atletas e capitães discutem o que fazer da competição

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

ARGENTINA E INGLATERRA fazem neste fim de semana o confronto mais emocionante da abertura da Copa Davis. Os argentinos jogam em casa, em Buenos Aires. E se tornaram ainda mais favoritos depois que Andy Murray, o único britânico capaz de ameaçar a vitória argentina, anunciou às vésperas do embarque que não jogará.
Isso, por si só, serviria para tirar os olhos do duelo. Os argentinos farão 5 a 0. Terão David Nalbandian, número nove do mundo, Juan Ignacio Chela, 25, Agustin Calleri, 41, e Jose Acasuso, 58. Os ingleses vão apanhar com Alex Bogdanovic, 187º, e Jamie Baker, 239º, mais Jamie Murray e Ross Hutchins, respectivamente 36º e 94º na lista de duplas.
Ainda assim toda a atenção continua no duelo de Buenos Aires. Na ausência de Murray e de Juan Monaco, mais jovem esperança argentina, contundido, o duelo se mantém em evidência graças a Margaret Thatcher e Leopoldo Galtieri. Isso mesmo: a Guerra das Malvinas (ou Falklands), levada a cabo pelos dois líderes políticos, está por trás da motivação nesse confronto da Davis.
"Sabemos que a guerra ficou para trás, mas infelizmente alguns torcedores ainda se ressentem disso", disse Monaco ao comentar o clima na capital argentina. "Seríamos inocentes demais se não tomássemos as devidas precauções", falou John Lloyd, capitão inglês.
Para dar um tempero mais picante, fala-se que os ingleses estão com agentes de segurança que estiveram nas ilhas Falklands e que, portanto, saberiam lidar com argentinos.
O clima vai no caminho oposto ao que sugere Francisco Costa, capitão brasileiro. Ao comentar a escolha de Sorocaba, opção meramente financeira, nada técnica, Costa usa o termo "jogo sujo" para afirmar que chegou a hora de jogar sem artifício extraquadra.
"Sempre usamos de artimanhas, mas quantas vezes deu certo? Quantos títulos tem o Brasil?", questiona. À verdade é que a Copa Davis busca hoje se reposicionar. É, afinal, um torneio importante? Para ganhar, vale tudo ou não? Faz bem para o currículo, ou só para o ego?

APOSENTADORIA
O sueco Joachim Johansson, 25, parou. Revelação, sucumbiu a três cirurgias no ombro.

VITRINE
Depois de Roger Federer, Marat Safin faz exibição contra Pete Sampras, dia 18, em San Jose, EUA.

NA BAHIA
Depois de Guga, a organização do Brasil Open confirma Thomaz Belucci. Ingressos, de R$ 5 a R$ 80, à venda pelo fone 11-2163-2000 e no www.ingressorapido.com.br.

FED CUP
O Brasil perdeu para a Colômbia e segue longe da elite.

reandaku@uol.com.br


Texto Anterior: Tênis: Duelo da Davis acirra ânimos de argentinos
Próximo Texto: O que ver na TV
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.