São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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MOTOR

O drama de Bruno


Pelo segundo ano seguido, sobrinho de Ayrton Senna pode ver frustrada a sua esperança de correr na F-1


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

HÁ UM ANO , Bruno Senna estava fechado com a Honda.
Contrato de três anos, parceiro de Button, a proteção de Fry. O resto do mundo não sabia, mas àquela altura Brackley gestava um carro revolucionário, capaz de dar uma vitória ou outra ao estreante, impulsionar sua carreira, colocá-lo nas primeiras posições do Mundial.
Deu tudo errado.
A Honda escolheu Brawn, e não Fry. E o recém-empossado chefe preferiu a experiência de um brasileiro ao noviciado de outro. Bruno ficou a pé: já era tarde para negociar com equipes da F-1 e até para buscar um assento decente na GP2. Acabou fazendo provas da Le Mans Series, sofreu um acidente feio em Spa, passou 2009, na verdade, procurando um caminho de volta, um retorno.
Rumo que encontrou -ou parecia ter encontrado- há pouco mais de três meses. O contrato com a Campos foi assinado em outubro. Os discurso era otimista e foi repetido num encontro da equipe com jornalistas, em São Paulo, em dezembro.
"Anunciaremos o segundo piloto antes do Natal, colocaremos o carro na pista no primeiro teste, em Valencia", afirmou Campos, competente dono de equipes na base, prestes a dar o maior salto da vida.
Um salto desastrado. Passou o Natal. Nada. Passaram o ano, janeiro, Valencia. Nada. E, tudo indica agora, chegará o GP do Bahrein e... nada.
O espanhol não conseguiu um piloto pagante. Não conseguiu usar o sobrenome Senna para atrair patrocínios. Não conseguiu dinheiro para pagar a Dallara, a quem encomendou a construção dos seus carros.
Enquanto isso, a Stefan GP, que tem por trás uma fabricante sérvia de foguetes, anuncia parceria técnica com a Toyota, envio de equipamentos para o Bahrein, teste no Algarve, proposta para a Dallara. Mais: ganhou a simpatia de Ecclestone.
De novo, deu tudo errado? Parece que sim. Tanto que Bruno já vislumbra um plano B: ser piloto de testes.
Um começo turbulento, o raio duas vezes no mesmo lugar. Acontece, até para um Senna. Mas que, por ser Senna, ainda terá chances. Não é o começo, mas também não é o fim.

A PRÓXIMA?
Se a situação da Campos é periclitante, a da USF1 não é muito melhor. "Será que é tão difícil amanhecer?", pergunta Chico no seu "Samba e Amor". Na F-1, é bem difícil. E, para o pretenso time americano, talvez seja impossível. Carro que é bom, ninguém viu ainda. E, assim, o grid teria "só" 12 equipes.

IMPRESSÕES
A Ferrari dominou os três primeiros dias de testes em Valencia. Ainda é cedo, porém, para proclamar favoritismos. Mas já dá para recomendar alguma atenção à Sauber, que carrega o motor italiano e tem um projeto bem refinado. Por ora, é só. Na próxima semana, tem Jerez.

fabioseixas.folha@uol.com.br


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