São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

JUCA KFOURI

O preço da derrota


O Corinthians perdeu muito mais do que perdeu o seu principal cartola, Andres Sanchez


EM PRIMEIRO LUGAR, é preciso que se diga que nem vitórias nem derrotas devem ser atribuídas exclusivamente às direções dos clubes.
Basta lembrar que o Fluminense foi campeão nacional, apesar de Roberto Horcades, e que o Inter perdeu o Mundial depois de fazer tudo certo.
Mas o vexame corintiano na Libertadores tem sim a ver com seu presidente, que entre ele e o clube escolheu a si mesmo.
E o que fez a gestão Andres Sanchez de bom?
O estatuto que o impede de se reeleger, a Copa do Brasil de 2009, a impressionante festa do centenário no Vale do Anhangabaú, com 120 mil torcedores, e o dobro do faturamento do clube.
De resto, ao rejeitar o Morumbi, majorou o preço dos ingressos para fazer com menos gente o dinheiro que faria com mais em um estádio maior com preços populares, além de não ter pago a dívida, como prometeu. Ao revés, a aumentou.
Para manter sua amizade com Ricardo Teixeira, que lhe valeu a decorativa chefia da delegação brasileira na Copa do Mundo de 2010, ao contrário do Flu, que manteve Muricy Ramalho, não tugiu nem mugiu ao perder Mano Menezes para a CBF.
Mais: calou-se diante das absurdas convocações de Jucilei e Elias para jogar um amistoso no Qatar na mesma semana em que o Corinthians enfrentou o Vitória, precisando vencer para manter-se à frente do Flu, o que não aconteceu.
Ao confundir meios e fins, permitiu que Ronaldo virasse sócio-atleta do Corinthians, figura que existia no amadorismo, mas que não cabe num regime de profissionalismo competitivo. E o Fenômeno não compete nem se constrange com isso não é de hoje.
O ano que se afigura pela frente do Corinthians pode até ser positivo, se bem aproveitado, porque restaram, com folga, o Paulistinha e o Brasileirão para disputar. Mas o gosto será amargo.
Tudo porque, como são poucos os que pensam em nosso futebol, ninguém se deu conta de que a classificação para a primeira fase da Libertadores é uma faca de dois gumes, um deles fatal, quando acontece o que aconteceu com o Corinthians.
Não seria o caso de pensar, não para este ano, que é jogo jogado, mas para o próximo, em deixar vaga para o terceiro e quarto colocados do Brasileirão na Copa do Brasil e na Sul-Americana, caso sejam eliminados ainda na primeira fase da Libertadores?
Nem para isso a união Teixeira/Sanchez serviu.
Procura-se uma alternativa no Corinthians.

blogdojuca@uol.com.br


Texto Anterior: Paulo Vinicius Coelho: Guerra e paz
Próximo Texto: Estadual do Rio: Eliminado, Vasco terá estreia de novo técnico
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.