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DOPING
Código Mundial, que deve ser implantado antes da Olimpíada de 2004, unifica procedimentos em todos os esportes
Assinado o primeiro ato global antidoping
DA REPORTAGEM LOCAL
A Conferência Mundial sobre o
Doping no Esporte terminou ontem em Copenhague (Dinamarca) com a aprovação informal do
Código Mundial Antidoping.
O documento, elaborado pela
Wada (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês) após
mais de um ano de discussão, vai
unificar os regulamentos e os procedimentos antidoping em todos
os esportes em todo o mundo.
O código estabelece uma única
lista de substâncias proibidas e
não permite também qualquer
forma de doping genético.
Todas as principais federações
de modalidades olímpicas e 50
governos assinaram uma resolução, que define o código como
"fundamental para a luta contra o
doping no esporte em escala
mundial". Outros 23 governos declararam apoio, mas ainda não assinaram o documento.
O Brasil contou com cinco representantes (dois da Confederação Brasileira de Atletismo, dois
do COB e um da Associação Brasileira de Estudos e Controle do
Doping) na conferência.
As organizações esportivas devem confirmar seu apoio ao código firmando uma declaração formal após a aprovação interna.
Para essas entidades, a implantação do código deve acontecer
até o início de Atenas-2004.
Já os governos terão dois anos
adicionais para abrir espaço em
sua legislação para a introdução
do documento da Wada. O prazo
se estende até a abertura dos Jogos de Inverno de Turim-2006.
Foram necessárias concessões
para se chegar até a resolução de
apoio ao código antidoping.
No primeiro dos três dias da
conferência, o presidente do COI
(Comitê Olímpico Internacional),
Jacques Rogge, ameaçou de exclusão dos Jogos Olímpicos as federações mundiais que não aceitassem as condições do código. E
advertiu também os países que
desejavam sediar a competição.
Alguns pontos do documento,
porém, foram contestados.
A Fifa (futebol) e a UCI (ciclismo) eram contra a suspensão mínima de dois anos para quem testar positivo para substâncias proibidas pela primeira vez e o banimento em caso de reincidência.
O documento tornou-se mais
flexível. Em caso de violação "não
intencional" do código e "circunstâncias excepcionais", a punição pode ser alterada.
A Wada e a Fifa também decidiram criar um grupo de trabalho
para estudar o assunto.
Exceções
O Código Mundial Antidoping
não inclui as ligas profissionais
americanas, como a NBA (basquete), a NHL (hóquei no gelo) e a
NFL (futebol americano).
Apesar de o governo dos EUA
ser um dos 50 a declarar apoio ao
código, essas ligas atuam de maneira independente do poder público americano e, portanto, não
têm a obrigação de seguir as normas estabelecidas pela Wada.
As ligas apenas devem ser "encorajadas a aceitar" o código.
O documento da Wada, porém,
já repercutiu pelo menos na NBA.
A Agência Antidoping dos EUA
divulgou que os atletas da liga que
disputarem os Jogos de Atenas-2004 serão submetidos aos mesmos procedimentos dos demais
atletas da competição.
Como parte do plano, os jogadores da NBA passarão por testes-supresa a partir do dia 1º de
julho. É a primeira vez que as estrelas da liga norte-americana
passam por um programa antidoping tão amplo antes da disputa
de uma Olimpíada.
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