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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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DOPING

Código Mundial, que deve ser implantado antes da Olimpíada de 2004, unifica procedimentos em todos os esportes

Assinado o primeiro ato global antidoping

DA REPORTAGEM LOCAL

A Conferência Mundial sobre o Doping no Esporte terminou ontem em Copenhague (Dinamarca) com a aprovação informal do Código Mundial Antidoping.
O documento, elaborado pela Wada (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês) após mais de um ano de discussão, vai unificar os regulamentos e os procedimentos antidoping em todos os esportes em todo o mundo.
O código estabelece uma única lista de substâncias proibidas e não permite também qualquer forma de doping genético.
Todas as principais federações de modalidades olímpicas e 50 governos assinaram uma resolução, que define o código como "fundamental para a luta contra o doping no esporte em escala mundial". Outros 23 governos declararam apoio, mas ainda não assinaram o documento.
O Brasil contou com cinco representantes (dois da Confederação Brasileira de Atletismo, dois do COB e um da Associação Brasileira de Estudos e Controle do Doping) na conferência.
As organizações esportivas devem confirmar seu apoio ao código firmando uma declaração formal após a aprovação interna.
Para essas entidades, a implantação do código deve acontecer até o início de Atenas-2004.
Já os governos terão dois anos adicionais para abrir espaço em sua legislação para a introdução do documento da Wada. O prazo se estende até a abertura dos Jogos de Inverno de Turim-2006.
Foram necessárias concessões para se chegar até a resolução de apoio ao código antidoping.
No primeiro dos três dias da conferência, o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Jacques Rogge, ameaçou de exclusão dos Jogos Olímpicos as federações mundiais que não aceitassem as condições do código. E advertiu também os países que desejavam sediar a competição.
Alguns pontos do documento, porém, foram contestados.
A Fifa (futebol) e a UCI (ciclismo) eram contra a suspensão mínima de dois anos para quem testar positivo para substâncias proibidas pela primeira vez e o banimento em caso de reincidência.
O documento tornou-se mais flexível. Em caso de violação "não intencional" do código e "circunstâncias excepcionais", a punição pode ser alterada.
A Wada e a Fifa também decidiram criar um grupo de trabalho para estudar o assunto.

Exceções
O Código Mundial Antidoping não inclui as ligas profissionais americanas, como a NBA (basquete), a NHL (hóquei no gelo) e a NFL (futebol americano).
Apesar de o governo dos EUA ser um dos 50 a declarar apoio ao código, essas ligas atuam de maneira independente do poder público americano e, portanto, não têm a obrigação de seguir as normas estabelecidas pela Wada.
As ligas apenas devem ser "encorajadas a aceitar" o código.
O documento da Wada, porém, já repercutiu pelo menos na NBA.
A Agência Antidoping dos EUA divulgou que os atletas da liga que disputarem os Jogos de Atenas-2004 serão submetidos aos mesmos procedimentos dos demais atletas da competição.
Como parte do plano, os jogadores da NBA passarão por testes-supresa a partir do dia 1º de julho. É a primeira vez que as estrelas da liga norte-americana passam por um programa antidoping tão amplo antes da disputa de uma Olimpíada.


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