São Paulo, domingo, 06 de março de 2005

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DEPOIMENTO

"Em campo, eu era capitão; fora, virava recruta"

PELÉ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Foi uma experiência muito boa. Eu tive ao meu lado vários companheiros que, embora fossem jovens, já eram profissionais em seus clubes.
A grande experiência foi a maneira como os jogadores das equipes adversárias me tratavam. Alguns vinham me abraçar e cumprimentar pelo Mundial [da Suécia, em 1958] em pleno jogo. Outros me chamavam de capitão Pelé.
Fora de campo, porém, meus superiores me perturbavam. Eles me tratavam como recruta e me obrigavam a fazer faxina no quartel só de gozação.
A convocação causou surpresa, pois eu já disputava os campeonatos pelo Santos e pela seleção. Fiz mais de 120 jogos num ano com as três equipes.
O Sul-Americano foi disputado no Rio em um torneio muito rápido, com dois jogos. O Brasil jogou contra a Argentina e o Uruguai, e eu fiz um gol na vitória sobre o Uruguai.
Acho maravilhoso esse Mundial das Forças Armadas. Devia ser permanente. Seria mais uma maneira de formar craques. É melhor enfrentar os países no campo de futebol do que no campo de batalha.


Pelé tem 64 anos

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