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DEPOIMENTO
"Em campo, eu era capitão; fora, virava recruta"
PELÉ
ESPECIAL PARA A FOLHA
Foi uma experiência muito
boa. Eu tive ao meu lado vários
companheiros que, embora
fossem jovens, já eram profissionais em seus clubes.
A grande experiência foi a
maneira como os jogadores
das equipes adversárias me tratavam. Alguns vinham me
abraçar e cumprimentar pelo
Mundial [da Suécia, em 1958]
em pleno jogo. Outros me chamavam de capitão Pelé.
Fora de campo, porém, meus
superiores me perturbavam.
Eles me tratavam como recruta
e me obrigavam a fazer faxina
no quartel só de gozação.
A convocação causou surpresa, pois eu já disputava os campeonatos pelo Santos e pela seleção. Fiz mais de 120 jogos
num ano com as três equipes.
O Sul-Americano foi disputado no Rio em um torneio muito rápido, com dois jogos. O
Brasil jogou contra a Argentina
e o Uruguai, e eu fiz um gol na
vitória sobre o Uruguai.
Acho maravilhoso esse Mundial das Forças Armadas. Devia
ser permanente. Seria mais
uma maneira de formar craques. É melhor enfrentar os
países no campo de futebol do
que no campo de batalha.
Pelé tem 64 anos
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