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FUTEBOL
Ex-zagueiro da seleção é acusado de ato racista
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O gesto do zagueiro Antônio
Carlos, ex-seleção brasileira,
apontando para o braço ao sair de
campo após ter sido expulso no
jogo entre Grêmio e Juventude,
foi interpretado por gremistas como demonstração de racismo
contra o volante negro Jeovânio.
A equipe de Porto Alegre derrotou a de Caxias do Sul por 2 a 1.
Após o jogo, Antônio Carlos, 37,
afirmou que alisava o braço porque corria sangue. Câmeras de
TV não mostraram sangramento.
Jeovânio disse não ter visto o
momento em que o zagueiro do
Juventude saía de campo.
"Fiquei sabendo só no vestiário.
Se ele fez, é uma pena. Um jogador experiente e com tantos títulos conquistados deveria pensar
mais ao fazer um gesto desses."
Antônio Carlos acertou cotovelada em Jeovânio e recebeu cartão
vermelho. Depois, roçou um dedo sobre o braço, dando a entender que mostrava a cor da pele.
Patrício, do Grêmio, mostrou
indignação. "Vi o que ele fez, e todos viram. Cabe a cada um interpretar o que viu." O zagueiro Maidana falou em termos genéricos:
"Uma atitude como essa sempre
tem de ser reprimida, órgãos internacionais do futebol devem
punir algo assim. É inadmissível."
Antônio Carlos deve ser julgado
por racismo pelo TJD da Federação Gaúcha. E o Ministério Público gaúcho vai requisitar as imagens da TV para analisar o caso.
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