São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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NATAÇÃO
Pela primeira vez, representante do país será árbitro-geral numa Olimpíada
Brasil comanda provas em Sydney

da Reportagem Local

As provas de natação serão comandadas, pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, por um árbitro brasileiro.
Ruben Dinard, 52, foi indicado pela Fina (Federação Internacional de Natação) para o cargo de árbitro-geral de Sydney-2000.
Dinard, que atua internacionalmente desde 1984, foi escolhido em uma lista de 12 nomes.
""Essa indicação é uma prova de prestígio da natação brasileira. Pessoalmente, significa o topo da minha carreira", afirmou Dinard, que já participou de três Olimpíadas, nove Mundiais e quatro Pan-Americanos.
Dinard, que nadou apenas durante um ano no Fluminense, estreou como juiz de natação num campeonato no Rio, em 1982.
""Um árbitro tinha faltado e, como eu já lia muita coisa, acabei assumindo. Desde então, passei a fazer cursos específicos", afirmou Dinard, que é vice-presidente do comitê técnico e coordenador de arbitragem da Fina.
O árbitro-geral da Olimpíada de Sydney esteve presente nos dois maiores problemas de arbitragem envolvendo a natação brasileira nos últimos anos.
Nos Jogos de Barcelona, em 1992, o placar eletrônico falhou na prova dos 100 m livre masculino.
O primeiro resultado apontava Gustavo Borges como o oitavo colocado, com o absurdo tempo de 1min02s04.
Depois de checar o vídeo da prova, Borges foi declarado quarto colocado, empatado com Matt Biondi, com 49s53. Somente na verificação final, Borges garantiu a medalha de prata, com 49s43.
""Naquele dia estava de folga, mas acabei participando do episódio pois acompanhei a prova numa mesa da área técnica", afirmou Dinard. ""A decisão do árbitro tinha que ser aquela mesmo: definir a posição final com base no vídeo da prova."
No Pan de Winnipeg, em 1999, novo problema nos 100 m livre masculino, dessa vez na largada.
A corda para paralisação da prova, localizada nos 15 metros, foi abaixada sem razão por um árbitro, que disse ter ouvido um apito, e obrigou uma nova saída.
""Eu era o responsável pela provas femininas, mas acabei conversando com o Gustavo (que se machucou no incidente) e perguntei se ele queria mais tempo para uma nova largada. Ele me disse que não era necessário."
Dinard informou que o responsável pelo erro continuou na competição. ""Mas eu o chamei e disse para não levantar de sua cadeira nem para espirrar."
Além de Dinard, o Brasil terá Rodney Finizola como membro do quadro de árbitros em Sydney.


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