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FUTEBOL
Volante, que foi dispensado pelo Internacional, quer jogar o Brasileiro e depois encerrar a carreira
Dunga pretende parar no final do ano
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
A carreira de Dunga, um dos
mais importantes e contestados
jogadores da história do futebol
brasileiro, já tem data marcada
para terminar: no final deste ano,
após o volante atuar, por uma
equipe do Rio de Janeiro ou de
São Paulo, no próximo Campeonato Brasileiro.
Dunga, 36, fechará 18 anos de
atividade profissional, exercida
no Brasil, na Itália, na Alemanha e
no Japão.
A partir de 2001, ele planeja continuar no futebol, trabalhando na
área de gerenciamento, descartando o cargo de técnico.
Os planos para a vida fora dos
gramados incluem a volta aos estudos (quer cursar a faculdade de
direito) e, possivelmente, uma
atuação como comentarista esportivo -o jogador já foi inclusive sondado para trabalhar nessa
função.
O ápice de sua trajetória foi como capitão da seleção brasileira,
do técnico Carlos Alberto Parreira, que conquistou o tetracampeonato mundial na Copa dos
EUA, em 1994, um dos tantos títulos conquistados pelo jogador.
Na ocasião, não faltaram a Dunga liderança, garra e técnica.
De quebra, como companheiro
de quarto, ele "segurou" Romário, afastando o craque e artilheiro
do Brasil naquele Mundial de atos
de indisciplina.
Apesar de vitoriosa, a carreira
também teve momentos críticos.
Na Copa do Mundo de 1990, na
Itália, por exemplo, o nome Dunga simbolizou uma era de mau futebol da seleção brasileira (comandada por Sebastião Lazaroni), no entendimento de muitos.
Ele era visto apenas como um
jogador tosco, de força, que não
merecia vestir a camisa do Brasil.
Propostas
Sem vínculo com nenhum clube
no momento, Dunga mantém a
forma física por conta própria, fazendo musculação e corridas, enquanto estuda as propostas que
lhe chegam.
Uma delas, com menos chance
de ser aceita, é dos Estados Unidos. "Minha família quer ficar no
Brasil. Eles sempre se sacrificaram por mim. Chegou a hora de
eu ouvi-los", disse.
O volante não quis revelar o nome dos clubes que o procuraram,
alegando que ainda não há nada
definido. Em São Paulo, ele já jogou no Corinthians e no Santos,
na década de 80. No Rio de Janeiro, defendeu o Vasco, em 1986.
Dunga está livre porque, no mês
passado, foi demitido do Internacional de Porto Alegre, de onde
saiu com 21 anos de idade para ser
um "globetrotter" do futebol.
A diretoria do time gaúcho afirmou que ele custava muito caro
-cerca de R$ 300 mil mensais,
entre salários e o contrato de exploração de sua imagem.
No dia da rescisão, vestindo terno, o cidadão Carlos Caetano Bledorn Verri, nascido em Ijuí (RS),
doou a indenização de R$ 372,5
mil para três instituições assistenciais. Não foi um gesto ocasional:
a ajuda a crianças doentes faz parte do histórico de Dunga.
Apesar da saída traumática do
Inter, o volante disse que continua colorado -o jogador foi revelado pelo clube de Porto Alegre.
"A torcida tem carinho e respeito
por mim. E o Internacional é a sua
torcida, pois os dirigentes passam", declarou.
Isso quer dizer que não jogaria
no Grêmio, eterno rival do Inter,
de jeito nenhum? "Na minha vida
sempre respondo que "se", "mas" e
"talvez" não existem. É sim ou
não", respondeu, descartando falar sobre uma hipótese.
Dunga, que não se sente preparado para ser técnico, opinou sobre a seleção brasileira atual comandada pelo técnico Wanderley
Luxemburgo.
"Deu para o gasto. O empate (0
a 0 contra a Colômbia) foi positivo. Acho que a idéia é vencer todos os jogos (das eliminatórias da
Copa do Mundo de 2002) no Brasil", disse, lembrando que, como
sempre, faltou tempo para a seleção brasileira treinar.
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