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FUTEBOL
Multa será meio de lucrar com futura saída, o que já reflete a Lei Pelé
Volta de Arce faz Palmeiras
dar início à nova ordem
JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A volta do paraguaio Arce, que
já poderá se apresentar hoje, fez o
Palmeiras se iniciar na nova ordem que foi estabelecida no futebol brasileiro com a entrada em
vigor do artigo da Lei Pelé que determinou o fim do passe.
A intenção do clube e da ex-parceira Parmalat é negociar o lateral-direito até o final de seu novo
contrato, acertado na última terça-feira. O compromisso se encerrará em 30 de junho de 2002.
O meio de lucrar com isso, diante da nova legislação, será a multa
rescisória fixada no contrato.
""Há a multa (no acerto com Arce), de acordo com a lei", contou
Marcos Bagatella, diretor do Etti,
equipe que é da Parmalat.
""Agora, é a única forma de ganhar quando o jogador sai", definiu. A empresa, parceira do Palmeiras até o final do ano passado,
já havia concordado em ceder ao
clube, sem custo, os 77% que detinha do passe do paraguaio.
Ao passar a ter efeito a medida
provisória que regulamenta artigos da Lei Pelé, no último dia 26,
os clubes perderam os passes dos
atletas com os quais não tinham
contratos em vigência.
Como essa era a situação de Arce, a multa rescisória caso o jogador se transfira de time antes do
final de seu compromisso atual
passou a ser o meio de ainda lucrar em uma futura transação.
""No período, vamos tentar negociá-lo para o exterior", disse
Bagatella. ""Aí, cada parte receberia uma quantia", completou.
Na Europa, onde o passe não
existe desde 1995, foi a multa rescisória que passou a cumprir a
função do antigo mecanismo.
Segundo alguns especialistas
em direito esportivo, porém, foram perdidos os passes até de
atletas que assinaram contratos
antes da entrada em vigor da MP.
De qualquer forma, os clubes
têm se apegado ao conceito de direito adquirido para os jogadores
com os quais possuem contratos
anteriores à nova legislação.
Da renovação de contrato com
Arce, Bagatella não quis revelar o
salário que o atleta passará a ganhar. ""É uma quantia muito boa
para os dois lados", afirmou.
O lateral negociava com o Palmeiras desde o final do ano passado -sua última partida pela
equipe foi em 20 dezembro. Como pediu inicialmente um salário
de US$ 100 mil, ele chegou a ser liberado pela diretoria do clube.
Depois, sem conseguir um time
que comprasse seu passe, já que a
Parmalat não aceitava cedê-lo por
empréstimo, Arce reduziu sua
proposta salarial, mas o Palmeiras
ainda relutava em concordar.
O que acabou por viabilizar o
acerto foram os problemas que a
equipe tem enfrentado neste ano
na posição do paraguaio.
Daniel, comprado para ser o
substituto de Arce, decepcionou e
ficou marcado pela torcida. Taddei, o titular, tem comprometido.
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