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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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OUTRAS CURVAS

Integrantes de equipes e espectadores de prova aquecem ramo da prostituição de alto luxo

GP gera corrida ao sexo em São Paulo

EDUARDO OHATA
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

S do sexo. A passagem da F-1 por São Paulo aquece a economia da cidade, mas mais ainda põe para ferver um ramo de atividade que diz viver seu melhor momento no ano, graças ao GP: a prostituição de alto luxo.
A competitividade das pistas gera na paralela uma competitividade sexual nas casas exclusivas para homens, que usam o luxuoso mundo de carrões e pilotos para quase dobrar sua clientela no período, seja ela formada por integrantes das equipes estrangeiras ou por aficionados visitantes, que chegam do interior ou de outro Estado.
Se todos os caminhos neste final de semana levam a Interlagos, por todos esses caminhos que levam ao autódromo paulistano é possível deparar com outdoors dos dois mais sofisticados e famosos "pontos de encontro" de São Paulo: as boates Bahamas e o Café Photo.
"Até por estar na noite há 30 anos, o Bahamas é muito procurado por estrangeiros que trabalham nas equipes de F-1 e todo ano vêm ao GP Brasil", comemora o empresário Oscar Maroni Filho, proprietário da casa, instalada em Moema.
"Tenho um acordo verbal há seis anos com duas dessas equipes, que já chegam no Brasil com um pacote fechado: hotel, carro, uma noite no Bahamas", revelou Maroni. Segundo o empresário, motivado pela corrida, na quinta-feira o Bahamas viu entrar por sua porta 473 homens e 197 mulheres, quando em uma noite comum a casa recebe em média 250 e 130, respectivamente.
E por que tinha tanta gente no Café Photo na quinta-feira?
A resposta, unânime, da parte das garotas de programa, funcionários e administradores da casa, foi o GP Brasil.
Dentro do lugar, o idioma predominante era o inglês. E, para isso, as garotas de programa do lugar se mostravam preparadas. Algumas gabam-se de ser ""poliglotas", pelo menos no glossário necessário para ""fechar o negócio". ""Conversar com eles não é problema, sei inglês, espanhol e francês", diz a mestiça Mahani, que geralmente atende em seu flat, mas que foi ao Café Photo justamente por causa do GP.
Os preços dos programas são ""tabelados". Para clientes brasileiros, os programas custam R$ 500 pela noite. Já os estrangeiros pagam, pelo mesmo ""serviço", US$ 300, que corresponde a cerca de R$ 1.000. Ou seja, o dobro.
""Independente de ser ou não época de GP, o estrangeiro não se importa em pagar US$ 300. Para eles não é nada. O que acontece na época da corrida é que há uma chance maior de sair com eles por causa da quantidade. Mas o preço não muda", explica Gabriela, que afirma ter encontrado clientes todos os dias desta semana no Photo.
Tudo pelo GP, a casa também ganhou nova decoração, novos quadros. E até um salão superior, que é fechado aos domingos, mas que funcionará hoje.
O clima de competitividade típica de uma semana de GP ficou explícito no comportamento de Ana, depois de responder algumas poucas perguntas da reportagem da Folha. ""Se você me dá licença, preciso trabalhar."



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